Câncer de mama: saiba como fazer o autoexame e previna-se

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Após o câncer de pele não-melanoma, o câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões do país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, a doença é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. 

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Felizmente, quando a doença é descoberta entre os estágios 0 e 1, a taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de quase 100%, segundo a “Women’s Health”, de onde são as informações. E é isso que torna o diagnóstico precoce tão importante.

Atualmente, a mamografia é o meio mais efetivo para detecção deste tipo de câncer. No entanto, ainda de acordo com o INCA, o exame é recomendado para mulheres entre 50 e 69 anos, excluindo as demais faixas etárias. Devido à falta de exames laboratoriais adequados para todas as idades, faz-se ainda mais necessário o autoexame periódico das mamas.

Importância do autoexame

Apesar de existirem opiniões conflitantes acerca da eficácia do autoexame das mamas, especialistas recomendam que ele seja realizado por mulheres a partir dos 20 anos. “A razão por trás de fazer autoexames de mama é estar familiarizada com seu corpo, porque é extremamente difícil dizer se há um problema quando você não sabe qual é o seu normal”, declara a cirurgiã especializada em câncer de mama Susan K. Boolbol. “Então, quanto mais confortável você estiver com seu corpo, mais capaz você será de detectar algo novo ou diferente.”

É importante também realizar o autoexame na mesma época todos os meses, pois os seios mudam ao longo do ciclo. Susan recomenda que ele seja feito na semana de sua menstruação, ou no último dia dela, quando seus seios estão menos sensíveis. “À medida que você passa pelo seu ciclo menstrual, os hormônios em seu corpo estimulam e afetam a sensação no tecido mamário real”, diz a especialista. “Então, se você estiver fazendo [o autoexame] em diferentes épocas do mês, seus resultados serão diferentes.”

A seguir, confira um guia prático para um autoexame efetivo.

Passo 1: Autoexame visual

Comece olhando seus seios no espelho, com os braços para baixo ao lado do corpo ou as mãos nos quadris. “Você não sentirá uma ‘covinha’ na pele, mas você a verá. Existem coisas que você poderá visualizar, mas não sentir”, pontua Susan, destacando a importância do autoexame visual.

Aqui estão algumas coisas que você deve notar ao olhar seus seios no espelho, de acordo com a especialista:

Aparência do mamilo: os mamilos invertidos são normais para as mulheres que nasceram com eles. No entanto, pode ser um sinal preocupante se você normalmente tem mamilos para fora e, de repente, um dos seus mamilos está invertido.

Localização do mamilo: existe uma mudança na localização do mamilo? Parece que está sendo puxado para o lado, por exemplo?

Tamanho do peito: um seio ficou maior que o outro?

Pele: repare se existe uma porção muito escamosa na região. Há uma mudança na pele do mamilo ou na cor da pele da mama?

Se houver alguma alteração em relação ao mês anterior, ou a resposta a qualquer uma dessas perguntas for “sim”, marque uma consulta com seu médico.

Passo 2: Braços levantados

Continue o autoexame visual com os braços levantados, procurando pelos mesmos sinais do Passo 1. “As diferentes posições dos braços podem tornar as mudanças nos seios mais óbvias”, destaca a especialista. Ela ainda enfatiza a importância de realizar os exames sempre no mesmo lugar todas as vezes, seja no chuveiro, no quarto ou onde você se sentir mais confortável.

É importante, também, atentar-se ao líquido que sai dos mamilos — mas evite apertá-los no processo. “A razão pela qual não dizemos às mulheres para apertar os mamilos como parte do autoexame das mamas é que a saída não-espontânea de fluidos — que só ocorre quando você aperta os mamilos — é, de certa forma, normal”, explica a cirurgiã.

Passo 3: Toque

Após concluir o exame visual, inicie seu exame físico com as dicas de Susan.

Levante um braço: “Se você está examinando a mama direita, você deve fazê-lo com a mão esquerda e colocar o braço direito acima da cabeça. Isso ajuda a afastar a mama da parede torácica e permite que você perceba suas mudanças.”

Toque suave com as pontas dos dedos: “Você não precisa pressionar com força. É um toque leve. Essa não deve ser uma experiência dolorosa.”

Siga sempre o mesmo padrão: “Pense no peito como um relógio analógico: meio-dia, três, seis, nove horas, e por aí vai. Comece às 12 horas, no alto da mama. Use pequenos movimentos circulares e dê a volta completa ao seio, das 12, às três, às seis, às nove horas, e de volta às 12. Mova as mãos ligeiramente para dentro e repita.”

Analise toda a mama: “À medida que você dá a volta e move um pouco para dentro, tente sentir o mamilo; mas, novamente, sem apertá-lo. Então, sinta as axilas.”

Novamente, se você encontrar algo fora da norma ou diferente dos meses anteriores, visite seu médico.

Passo 4: A conclusão

Você pode sentir seus seios em várias posições (deitada, sentada ou em pé) ou escolher uma, desde que faça da mesma maneira e no mesmo lugar todos os meses. “É a inspeção visual da mama e depois o autoexame. Se você quer fazê-lo em pé ou sentada, não importa. A questão é fazer da mesma forma todo mês”, reitera Susan.

É importante enfatizar, também, que os autoexames não substituem os exames clínicos. “A maioria dos cânceres [de mama] diagnosticados nos Estados Unidos são detectados em mamografias”, aponta a cirurgiã. “Se [o câncer] for detectado pelo autoexame de mama, isso significa que ele está maior do que preferimos diagnosticar.” Mesmo assim, os autoexames ainda podem ser uma ferramenta valiosa. 

No entanto, Susan aponta que não se deve confiar neles como a única forma de diagnóstico, além de não entrar em pânico se notar algo fora do comum. “[Algumas alterações] Podem ser apenas outra coisa acontecendo com a mama. A maioria das coisas que uma mulher detecta por conta própria, como massas e mudanças na aparência, não são câncer.”

Um médico pode ajudá-la a determinar o que está acontecendo se você notar algo fora do comum. E, no mês seguinte, lembre-se de repetir o processo.