Canal Brasil celebra os 60 anos de carreira de Marieta Severo com maratona especial

Entrevista inédita no Cinejornal abre a programação

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Marieta Severo. Reprodução/Instagram. Foto: Reprodução/Instagram

Nesta quinta-feira, dia 13 de março, a partir das 17h45, o Canal Brasil abre espaço em sua grade para homenagear os 60 anos de carreira da atriz carioca Marieta Severo. A programação especial começa com a exibição de uma entrevista inédita com a apresentadora do Cinejornal Simone Zuccolotto.

Na sequência, nove longas-metragens estrelados por Marieta serão apresentados: “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”, de Carla Camurati; “A Grande Família”, de Maurício Farias; “Domingo à Noite”, de André Bushatsky; “Cazuza: O Tempo Não Pára”, de Walter Carvalho e Sandra Werneck; “Aos Nossos Filhos”, de Maria de Medeiros; “O Corpo”, de José Antonio Garcia (1955-2005); “O Homem da Capa Preta” e “Guerra de Canudos”, de Sergio Rezende; e “Noites de Alface”, de Zeca Ferreira.

No Cinejornal, Marieta Severo fala sobre seu início de carreira no cinema, com “Society em Baby-Doll” (1965) no contexto da ditadura militar, como sua paixão pelo ofício foi formada, além de temáticas vividas pelos seus personagens, como movimentos políticos e o envelhecimento. Seu novo longa-metragem, “Câncer com Ascendente em Virgem”, de Rosane Svartman, chega aos cinemas no dia 27 de março e a atriz conta mais sobre sua personagem, Leda, mãe de Clara (Suzana Pires), uma professora de matemática e influenciadora educacional que recebe o diagnóstico de câncer de mama.

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“A personagem foi baseada na nossa produtora querida Clélia Bessa [curada de um câncer de mama em 2008]. Eu vivo a mãe dessa personagem, que é meio maluca, é toda espiritualizada, vive com os ícones de todas as religiões, ela é o ponto de leveza ali. A arte tem essa função de ir para qualquer lugar, de poder abordar qualquer assunto e tirar o estigma. Na minha época, não se falava a palavra ‘câncer’, era ‘está com aquilo’. O filme fala sobre um caminho de cura”, reforça Marieta.

A maratona de filmes reúne clássicos de sua carreira, como “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”. Marieta Severo interpreta a infanta espanhola Carlota Joaquina no contexto da monarquia portuguesa no Brasil e a narrativa conta todas as circunstâncias que a levaram a ser Princesa do país. Neste ano, o filme completa 30 anos. Na entrevista ao Cinejornal, a atriz celebrou o relançamento do longa e explicou sua importância naquele contexto.

“Anteriormente, o público se distanciou do nosso cinema em razão da extinção da Embrafilme [em 1990, no governo Fernando Collor]. Mais de 100 filmes eram produzidos e lançados, mas caímos para um. Foi uma catástrofe. Com o Carlota (1995), o público novamente aderiu ao cinema. A partir daí, a produção cinematográfica brasileira foi reorganizada e retomada”.

Em “A Grande Família”, Marieta é Dona Nenê, que decide ir ao tradicional baile onde conheceu Lineu (Marco Nanini) com o ex-namorado, Carlinhos (Paulo Betti), como forma de provocá-lo por estar agindo estranho desde que voltou do médico. Em “Domingo à Noite”, Margot (Marieta), 75 anos, é uma das maiores atrizes brasileiras, mas descobre que está com Alzheimer, mesma condição de seu marido. Ambos tentam manter o amor vivo diante da ausência de memórias.

No longa “Cazuza: O Tempo Não Pára”, Marieta é Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, grande pilar durante a luta e resistência do filho contra o vírus HIV. Já “Aos Nossos Filhos” reflete as diferenças das gerações e os relacionamentos entre mãe e filha.

Marieta interpreta Vera, uma mãe divorciada após três casamentos, que lutou na ditadura militar e tem uma filha, Tânia (Laura Castro), casada com uma mulher há 15 anos e que agora está grávida. Em “O Corpo”, Xavier (Antônio Fagundes) vive com duas mulheres, Carmem (Marieta) e Bia (Cláudia Jimenez), mas elas descobrem que ele arrumou uma amante chamada Monique (Carla Camurati).

O longa-metragem “O Homem da Capa Preta”, uma cinebiografia de Sergio Rezende sobre Tenório Cavalcanti (José Wilker), também integra a maratona. Marieta Severo interpreta Zina, personagem que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado de 1986. Em “Guerra de Canudos”, Penha (Marieta), Zé Lucena (Paulo Betti), seu marido, e Luiza (Claudia Abreu), filha, vivem e enfrentam os desafios do sertão baiano durante a Guerra de Canudos.

A programação especial finaliza com a exibição de “Noites de Alface”, em que o casal Ada (Marieta) e Otto (Everaldo Pontes) vivem em uma cidade de interior bucólica. Após o falecimento de Ada, o viúvo começa a ter problemas para dormir, passa noites acordado espiando os vizinhos pela janela, mas surpresas à sua volta aparecem.