ROMA, 08 OUT (ANSA) – O canadense James Peebles e os suíços Michel Mayor e Didier Queloz venceram nesta terça-feira (8) o prêmio Nobel de Física de 2019, que laureou pesquisadores por trabalhos que aumentaram a compreensão sobre o Universo.   

Peebles, 84 anos, foi premiado por suas descobertas teóricas sobre radiação cósmica de fundo, ou seja, o “eco” do Big Bang que teria dado origem ao Universo. Nascido em Winnipeg em 1935, ele trabalhou na Universidade de Princeton, nos EUA, e ficou com metade do prêmio de 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3,7 milhões).   

Sua descoberta observou os traços da evolução do Universo desde o Big Bang, propondo uma imagem completamente nova, na qual o cosmos não é feito apenas de estrelas, galáxias e planetas.   

Nesse modelo, a matéria visível ocupa somente cerca de 5% do Universo, e os 95% restantes são constituídos de matéria e energia escuras.   

Descobrir a natureza desses componentes misteriosos é a grande aposta da física contemporânea e o que movimenta centenas de pesquisadores e projetos pelo mundo, como o do grande acelerador de partículas do Cern, em Genebra.   

Exoplanetas – A outra metade do prêmio será dividida entre Mayor, 77, e Queloz, 53, pela descoberta do primeiro planeta externo ao Sistema Solar (exoplaneta), em 1995. O primeiro é de Lausanne e deu aulas na Universidade de Genebra. Já o segundo também trabalhou em Genebra e na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.   

Ambos identificaram o primeiro exoplaneta, chamado 51 Pegasi B, que orbita a estrela 51 Pegasi, na constelação de Pegasus, a 50 anos-luz da Terra. Até então, ninguém podia ter certeza sobre a existência de planetas fora do Sistema Solar.   

Segundo Goran Hansson, secretário-geral da Academia Real de Ciências da Suécia, responsável por escolher os vencedores do Nobel de Física, Peebles, Mayor e Queloz deram “contribuições para nosso entendimento sobre a evolução do Universo e o lugar da Terra no cosmos”.   

Esse é o 113º Nobel de Física na história, sendo que apenas 47 tiveram vencedores individuais. Na última segunda-feira (7), os americanos William Kaelin e Gregg Semenza e o britânico Peter Ratcliffe já haviam vencido o Nobel de Medicina por suas pesquisas sobre o uso de oxigênio pelas células.   

Já o ganhador do Nobel de Química será conhecido nesta quarta (9), enquanto os vencedores do Nobel de Literatura em 2018 e 2019 serão divulgados na quinta (10). O anúncio do Nobel da Paz está marcado para sexta-feira (11), e o de Economia, para a próxima segunda (14). (ANSA)