O Canadá começava nesta terça-feira a organizar a retomada da exploração de petróleo e o retorno de funcionários à região devastada pelos incêndios de Fort McMurray, enquanto eram iniciados os trabalhos para reabilitar os serviços de fornecimento de água e eletricidade.

A primeira-ministra da província de Alberta, no oeste do Canadá, Rachel Notley, e os chefes das companhias petrolíferas discutiam os passos e medidas a serem adotados antes de considerar a retomada da extração de petróleo das areias betuminosas de Athabasca, localizadas ao norte de Fort McMurray.

O primeiro passo é controlar os incêndios, ou melhor ainda, limitá-los para que não alcancem as instalações petrolíferas. Apenas desta forma as companhias de petróleo poderiam começar a trazer, através de uma ponte aérea, seus funcionários que foram evacuados na semana passada quando as chamas se aproximaram.

Notley quer garantir “a segurança dos trabalhadores com o apoio logístico” para o seu retorno. “Acreditamos que estamos preparados para avançar neste sentido de forma relativamente rápida”, disse.

Com equipes especializadas, os bombeiros abriram amplas clareiras em torno dos locais incendiados para evitar que os ventos dispersem as chamas.

Apesar de o fogo ter sido controlado na região perto de Fort McMurray, ele continua a se expandir pelas florestas do leste e norte, e por isso foi necessário aumentar o número de bombeiros e meios aéreos.

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Metade dos bombeiros da província de Alberta trabalham para conter os incêndios na região de Fort McMurray.

Fogo avança

Matthew Andersson, porta-voz dos serviços de incêndios, declarou à rede CBC, estimar que os incêndios que afetam a região há 12 dias já tenham consumido 2.229 km2.

A linha de fogo está a cerca de 30 km da fronteira com a província de Saskatchewan. O avanço tem sido mais lento devido a um clima mais úmido e ventos mais fracos.

Em Fort McMurray, a companhia elétrica Atco, com mais de 250 funcionários, começou a reativar as linhas trocando os postes de madeira que foram destruídos em várias partes da cidade.

Os grandes incêndios obrigaram a evacuação preventiva de 100.000 pessoas, cujo retorno, de acordo com os bombeiros, não deve acontecer antes de duas semanas.

Ao norte da cidade, quando o fogo for controlado, a companhia reabrirá gradualmente os oleodutos antes de iniciar progressivamente sua produção, o que pode levar vários dias.

No domingo, a petrolífera Suncor, a principal indústria do setor no Canadá, anunciou o deslocamento por motivos de segurança de “mais de 10.000 pessoas, entre funcionários, suas famílias e moradores de Fort McMurray, fora da região”.

Todas as atividades das instalações localizadas ao norte de Fort McMurray foram suspensas “de uma forma controlada para permitir o reinício rápido e fiável” da produção uma vez que o fogo tenha sido controlado ou desviado para o leste.

Syncrude, filial da Suncor, também havia interrompido a sua produção no sábado, com a evacuação dos seus 4.800 funcionários. Outras companhias de petróleo, como a Shell, Huski, ConocoPhilipps, Total e Nexen, uma subsidiária da CNOOC, também tinha cessaram ou reduziram a sua produção.

O declínio na produção canadense por este desastre é estimado em entre 1 e um 1,5 milhão de barris por dia, segundo especialistas. Antes dos incêndios, o volume de petróleo extraído na região chegava a 2,5 milhões de barris por dia, ou seja, um terço da produção total do Canadá.


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ROYAL DUTCH SHELL PLC

CNOOC

SUNCOR ENERGY

TOTAL


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