O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 11, que o futuro Real digital não vai corroer o balanço dos bancos, mas sim estimular a concessão de crédito por parte das instituições utilizando a divisa digital. Ele disse ainda que a moeda digital do BC (CBDC, na sigla em inglês) brasileiro será diferente das demais. O presidente do BC disse que espera ter vários pilotos do real digital em 2023 e que a CBDC já funcione em 2024.

“O nosso modelo de CBDC, com depósitos tokenizados, estimula o crédito. Com o nosso modelo, resolvemos problemas de corrosão do balanço dos bancos”, disse ele, durante painel do Febraban Tech, evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo.

Ele pontuou ainda que a CBDC brasileira terá uma interação entre o mundo regulado, dos ativos reais, e o das finanças descentralizadas, que envolve as moedas digitais e os tokens de ativos reais. “O mundo não está sincronizado sobre a criação de CBDC”, afirmou.

Campos Neto disse que muitos modelos de CBDC mundo afora interferem na capacidade dos bancos de concederem crédito. Por outro lado, a utilização para determinados fins também é vista como pouco ambiciosa pelo BC brasileiro.

“A nossa opinião é de que usar CBDC só para o atacado ou para pagamentos transfronteiriços é pensar pequeno”, disse o presidente da autoridade monetária.

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