O crescimento de gastos real do Brasil previsto pelo FMI para entre 2023 e 2028, mesmo com o novo arcabouço fiscal, é mais alto do que a previsão para os demais emergentes, frisou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Para ele, parte desse cenário é resultado de um problema estrutural, que não é deste governo: embora o País tenha feito uma reforma da previdência, parte das medidas foi anulada.

Campos Neto afirmou que, tendo em vista que o crescimento de gastos reais no Brasil é alto, é preciso que ou o País cresça mais, ou que aumente arrecadação de forma mais constante, “o que é difícil com a carga tributária do Brasil de acreditar que vai acontecer de forma sustentável”.

O presidente do BC citou novamente a questão da desancoragem gêmea, entre inflação e fiscal, e a atrelou parcialmente à necessidade de receita para obter o resultado primário almejado pelo governo. Ele também reiterou que reconhece o esforço que o governo tem feito para obter receitas, mas que há uma preocupação com uma possível erosão de base de imposto a depender da sustentabilidade das medidas consolidadas.

Campos Neto participou de painel no Warren Institutional Day, em São Paulo.