O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou a importância de um arcabouço de supervisão sólido e eficiente para garantir a estabilidade do sistema financeiro frente aos novos desafios que se apresentam, tanto pelos episódios de falência de instituições financeiras no quanto por mudanças tecnológicas.

Campos Neto disse estar certo de que o arcabouço sólido é fundamental para enfrentar novos cenários que surgirão com os avanços da agenda de inovação, como o Pix, open finance e Drex. “Todas essas inovações continuarão trazendo cada vez mais transformações para a sociedade e para o sistema financeiro, exigindo que a supervisão do Banco Central continue evoluindo para acompanhar a sua mudança. Em nível global, após episódios de falência e desconfiança de instituições bancárias nos Estados Unidos e na Europa, também estão sendo demandados novos avanços na regulação e supervisão. É fundamental que os arcabouços regulatórios e desprevisão levem em conta esses novos riscos. Ademais há riscos que exigirão cada vez mais atenção da supervisão e do sistema financeiro como um todo. Como por exemplo o risco climático e o risco cibernético”, afirmou.

As declarações foram feitas no discurso proferido no evento de lançamento do livro “As Novas Fronteiras da Supervisão”, de Gilneu Vivan e Paula Oliveira, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília. Campos Neto e demais diretores do Banco Central estão no período de silêncio por causa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.

“Minha experiência no setor privado e depois como presidente do BC deixou a clara importância de um arcabouço de supervisão sólido e eficiente para segurar a estabilidade do sistema financeiro”, reiterou. Ele ainda destacou o trabalho que já é desenvolvido pelo Banco Central, como o desenvolvido para medidas para enfrentamento das consequências da pandemia Covid-19 e os testes de estresse que visavam mensurar os impactos da pandemia sobre o sistema financeiro nacional.

Campos Neto ainda destacou os debates travados no âmbito do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em que o Brasil ocupa um “patamar diferenciado”. “A gente vai entrar neste período de crescimento exponencial das tecnologias, que vai exigir um trabalho todo especial, e eu acho que a gente, como está liderando no mundo, nessa parte de inovação a gente vai estar a altura do que vai ser exigido”, disse.