Após reconhecer novamente as dificuldades de se cortarem gastos no Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta quinta-feira, 19, a importância de o Congresso aprovar as medidas de arrecadação propostas pelo governo para dar sustentabilidade ao novo arcabouço fiscal. “Há vários projetos para serem aprovados e estava conversando sobre a importância de se aprovar esses projetos, porque, no fim das contas, se não conseguirmos equilibrar o fiscal, podemos desequilibrar todo o resto. Entendo que haja alguma ansiedade em relação a isso, mas quero dizer que é importante essa aprovação. O mundo ficou mais desafiador”, afirmou, em palestra no 7º Encontro Regional da Fenabrave Mato Grosso, em Cuiabá.

Campos Neto repetiu que, mesmo com novo regime fiscal, a despesa pública brasileira vai crescer 9,2% em 2023 e 3,3% em 2024, bem acima do verificado em outros países latinos emergentes.

“A parte fiscal é um desafio grande, um tema estrutural do Brasil. Temos dificuldades em cortar gastos em um orçamento engessado. Várias medidas que deveriam ser temporárias se tornam permanentes, não só no Brasil, e por isso temos essa desconexão entre o fiscal e o monetário”, destacou o presidente do BC. “Os investidores estão preocupados e querem que Brasil tenha contas em dia”, enfatizou.