A Associação de Golfistas Profissionais americanos retirou, no domingo (10), o Campeonato da PGA 2022 do Trump Bedminister em Nova Jersey, dias depois de partidários do presidente Donald Trump atacarem o Capitólio dos Estados Unidos.

“A Junta Diretora da PGA of America votou, esta noite, para exercer o direito de rescindir o acordo para jogar o Campeonato da PGA 2022 no Trump Bedminster”, afirmou o presidente da PGA of America, Jim Richardson, em um comunicado publicado no Twitter.

O anúncio sobre o futuro de um dos quatro “Majors” de golfe responde aos crescentes pedidos dentro do mundo deste esporte que imploram que os dirigentes do PGA Tour se distanciem do polêmico presidente americano.

Trump, que perdeu a eleição presidencial de 2020 em novembro para seu rival democrata Joe Biden, pode enfrentar um histórico processo de impeachment antes de o presidente eleito tomar posse em 20 de janeiro.

O julgamento político pode começar em meio às severas críticas ao ataque ao Capitólio na quarta-feira passada cometido por partidários de Trump irritados com sua derrota. A violenta invasão terminou em cinco mortos.

As reiteradas falsas alegações do presidente americano sobre suposta fraude eleitoral e seu discurso incendiário dirigido aos manifestantes antes do ataque ao Capitólio levaram seus críticos a pedirem sua renúncia, impeachment, ou destituição do cargo por incapacidade.

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Trump é fã e jogador assíduo de golfe. Fez várias viagens para jogar em Bedminster durante seu mandato presidencial.

As lendas do golfe Annika Dorenstam e Gary Player se expuseram a críticas quando aceitaram a Medalha Presidencial da Liberdade “Medal of Freedom” das mãos do presidente na quinta-feira, um dia após o caos no Capitólio.

A retórica explosiva e divisiva de Trump representou, nos últimos anos, um grande problema para o golfe e seus organizadores.

A PGA dos Estados Unidos resistiu aos pedidos de transferir o US Open Feminino em 2017 do Trump National em Bedminster, após comentários considerados de ódio contra as mulheres feitos por Trump durante sua campanha eleitoral rumo à Casa Branca.

Em 2016, a PGA Tour anunciou que iria transferir o Campeonato Mundial de Golfe de 2017 do famoso campo Doral de Trump, em Miami, para o México. À época, o Tour argumentou que a decisão não estava relacionada com a política de Trump, mas admitiu que atrair patrocínio para o torneio havia sido um desafio.

“Donald Trump é uma marca, uma grande marca, e quando você pede a uma empresa para investir milhões de dólares em uma marca de torneio e ela vai compartilhar essa marca com o anfitrião, é uma decisão difícil”, disse então o comissário da PGA Tour, Tim Finchem.

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