Campinas: Exército vai investigar arsenal de coronel mantido em apartamento que sofreu incêndio

O Exército abriu processo administrativo para investigar se as armas guardadas no apartamento do coronel da reserva Virgílio Parra Dias, de 69 anos, em Campinas, estão regularizadas. No último sábado, explosões seguidas de um incêndio destruíram parcialmente o apartamento, onde havia 111 armas e pelo menos 3 mil munições, segundo estima a polícia.

Quarenta e quatro pessoas foram retiradas do prédio, e 37 delas precisaram de atendimento médico após inalar fumaça, segundo a secretaria estadual de Segurança Pública. Como a portaria do imóvel foi interditada, pelo menos quatro pessoas precisaram ser resgatadas de seus apartamentos pelos bombeiros por fora do prédio, com o uso de cordas.

O coronel foi visto na frente do prédio enquanto o incêndio era combatido pelos bombeiros, mas foi embora e até a noite desta segunda-feira, 26, não havia prestado depoimento à polícia. A defesa do oficial da reserva não foi localizada pela reportagem.

No início da noite de sábado, uma série de explosões seguidas de incêndio ocorreram no apartamento – que fica no primeiro andar do Edifício Fênix, na Rua Hércules Florence, no bairro Botafogo, em Campinas. O prédio foi evacuado.

No apartamento, a polícia encontrou e recolheu 111 armas – 98 delas queimadas -, 25 embalagens contendo pólvora, 39 embalagens com espoletas e 15 carregadores de munição.

Equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar, foi acionada devido ao risco de explosão e recolheu duas granadas, que foram detonadas em local adequado.

Todo esse arsenal era guardado no apartamento em um cômodo que fazia divisa com a área comum daquele andar. As explosões e o incêndio afetaram também o elevador, a escada e outras áreas comuns. Nesta segunda-feira, o prédio permanecia sem eletricidade, segundo a Defesa Civil.

O caso está sendo investigado pelo 1º DP de Campinas, que ainda não localizou o dono do apartamento para que preste depoimento.

Segundo o Comando Militar do Sudeste informou em nota, o militar tem registro válido como atirador, caçador e colecionador, o que permite a posse e armazenagem de armas de fogo e munições. Mesmo assim, foi aberto processo administrativo “para averiguar possíveis irregularidades quanto à situação cadastral do acervo” (das armas), segundo a nota.