O Grande Prêmio Brasil de Atletismo será disputado neste sábado, em São Bernardo do Campo, e marca a volta do campeão olímpico Thiago Braz às competições em solo brasileiro desde a conquista do ouro no salto com vara nos Jogos do Rio, em agosto de 2016.

“É um prazer retornar ao Brasil. A gente sempre quer buscar um bom resultado dentro de casa e eu espero competir bem, fazendo, no mínimo, 5,70m ou 5,80m. O público vai poder prestigiar uma prova internacional e acompanhar não só a minha performance, mas também a de grandes atletas do mundo inteiro”, afirmou o atleta à reportagem do Estado.

No último fim de semana, Thiago não conseguiu executar um salto sequer e ficou na última colocação na etapa de Eugene da Liga Diamante, nos Estados Unidos. Errou as duas primeiras tentativas para 5,56 metros e arriscou 5,71m na terceira, sem sucesso. Na temporada em pista aberta, o brasileiro ocupa o 19.º lugar no ranking mundial, com a marca de 5,60m – 43 centímetros inferior à registrada na conquista do ouro olímpico (6,03 metros).

O GP Brasil ocorre em meio a um processo de reformulação em seus treinamentos. O objetivo de Thiago para o ciclo olímpico até Tóquio-2020 está traçado: quebrar o recorde mundial, que hoje é de 6,16m e pertence francês Renaud Lavillenie – superado pelo brasileiro na prova olímpica. O alvo do atleta e de seu técnico, o ucraniano Vitaly Petrov, é ultrapassar o sarrafo a 6,20m daqui quatro anos.

Para alcançar a meta, Thiago precisa adotar uma vara mais pesada, que exigirá mais força do campeão olímpico. Assim, Vitaly estabeleceu uma nova rotina de trabalho para seu pupilo. Até 2018, o foco será no fortalecimento muscular. Com o aumento de massa, haverá um impacto em sua velocidade e os ajustes serão feitos gradualmente. A mudança justificará resultados medianos a curto prazo, mas a expectativa é de que a evolução seja constatada a partir de 2019.

“A gente está passando por um momento de adaptação. O Vitaly explicou que é normal na vida de um atleta, depois de uma grande competição, não ter resultados tão constantes. Mas, aos poucos, a gente vai saltar melhor e se readaptando. Independentemente de qualquer coisa, a meta é manter bons resultados e me preparar para o Mundial de Londres e para Tóquio-2020”, disse Thiago.

Para o superintendente de alto rendimento da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Antonio Carlos Gomes, é queda de rendimento diante do propósito é válida. “Se começa a treinar para a próxima competição, ocorre sucateamento e não tem um projeto para medalha lá na frente”, comentou.

Além de Thiago Braz, o GP Brasil também tem presença confirmada de outros brasileiros finalistas olímpicos. No arremesso de peso, Darlan Romani (5.º nos Jogos do Rio) e Geisa Arcanjo (9.ª) estão entre os favoritos. Assim como Altobeli Silva nos 3.000 m com obstáculos (9.º). Entre os estrangeiros, a estrela é a polonesa Anita Wlodarczyk – bicampeã olímpica no lançamento de martelo em Londres-2012 e Rio-2016, bicampeã mundial e recordista mundial. Com o registro de 82,98m, é a única mulher a ultrapassar a marca dos 80 metros na prova.

Na próxima semana, o atletismo brasileiro tem mais um compromisso importante em São Bernardo. De sexta-feira a domingo, o Troféu Brasil definirá a delegação nacional que disputará o Mundial de Londres, em agosto. As duas competições nacionais custarão R$ 1,1 milhão aos cofres da CBAt – dinheiro que será custeado pelos R$ 13 milhões de patrocínio pagos pela Caixa Econômica Federal à entidade em 2017.

Palco do atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio, o Engenhão foi descartado como opção de sede para o Troféu Brasil devido ao alto custo do aluguel da pista – 350 mil por dia, totalizando R$ 1,05 milhão para o período da competição. Além disso, o Botafogo é responsável pela gestão do local e haveria conflito de datas com o calendário do futebol brasileiro.