Campeão olímpico da marcha atlética de 50 quilômetros em 2008, o italiano Alex Schwazer voltou a ser pego em um exame antidoping. Quatro anos depois de testar positivo para EPO antes dos Jogos de Londres e pegar 45 meses de suspensão, o marchador foi informado que uma reanálise de amostra de um teste de 1º de janeiro apontou traços de esteroides.

Dessa vez, Schwazer garante ser inocente. “Assim como há quatro anos, estou aqui para mostrar minha cara”, disse o italiano em entrevista coletiva na cidade de Bolzano. “Mas hoje eu não faço qualquer pedido de desculpas, porque não há nada que eu tenha que me desculpar. Eu não cometi qualquer erro”, garantiu.

De volta às competições neste ano, Schwazer venceu a disputa dos 50km no Mundial de Marcha Atlética em maio. E a nova análise da sua amostra foi realizada após ele vencer a competição em Roma e assegurar a sua classificação para a Olimpíada.

“É estranho”, disse o advogado de Schwazer, Gerhard Brandstaetter. “Um teste em janeiro que havia dado negativo e, em maio, depois que ele ganha em Roma, vira positivo com substâncias anabolizantes que não tem nada a ver com esportes de resistência. Alex não tem nada a ver com este caso. Nós vamos lutar com todas as nossas forças para que a verdade venha à tona”, acrescentou.

Em 2012, Schwazer chorou ao confirmar o seu caso de doping, revelando que havia escondido a substância, adquirida em uma viagem na Turquia, disfarçada em uma caixa de vitaminas, na residência da patinadora Carolina Kostner, na Alemanha, onde ficou hospedado em julho daquele ano, às vésperas da Olimpíada.

Ele, então, injetou o EPO escondido, no banheiro de casa, sem que a família de Kostner soubesse, de acordo com a sua versão. A patinadora, porém, foi suspensa por 16 meses por ajudar Schwzaer a escapar de um exame e também por outras infrações.

Schwazer chegou a dizer que iria se aposentar, mas retornou ao esporte, com outros atletas italianos declarando publicamente que ele não deveria ter a chance de ir ao Rio. Agora o seu futuro está mais uma vez incerto.

“É um pesadelo para mim. É a pior coisa que poderia acontecer”, disse Schwazer. “Eu tenho certeza que há pessoas que não querem que eu vá a Olimpíada. Mas eu ainda acredito”, acrescentou o italiano.