Campeão brasileiro de ciclismo de estrada em 2015 na prova de resistência, Everson de Assis Camilo está suspenso provisoriamente desde o último dia 27 de junho, por doping. Atleta do Avaí, de Florianópolis, ‘Carazinho’, como é conhecido no pelotão, surpreendeu ao vencer atletas muito mais bem cotados para ganhar a competição do ano passado em Araraquara (SP), quando não houve controle antidoping.

Há duas semanas, ele foi dispensado pelo Avaí às vésperas do Campeonato Brasileiro de 2016, em Joinville (SC). À época, já havia sido comunicado de que caiu no doping em exame realizado durante a Volta do Rio Grande do Sul, disputada na segunda semana de abril. O teste foi conduzido pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).

Chama atenção o fato de Everson ter testado positivo para 15 substâncias proibidas de uma só vez. Elas são conhecidas pelos seguintes termos técnicos: Fentermina, Mefentermina, Epitrembolona, Estanozolol, 3-hidroxi-estanozolol, 16betahidroxi-estanozolol, hCG intacto, 6alfa-hidroxi-4-androsten-3,17-diona, Testosterona, androsterona, Etiocolanolona, Salfa-androstano-3alfa,17beta-diol, 5beta-androstano-3alfa,17beta-diol, Drostanolona e 2alfa-metil-5alfa-androstan-3alfa-ol-17-ona.

A Agência Estado apurou que a defesa de Everson vai alegar que o ciclista não consumiu nenhuma dessas substâncias, destacando que algumas delas são indicadas para ganho de massa muscular, o que se contradiz com as necessidades de um atleta de provas de resistência.

Da mesma forma, pelo apurou a reportagem, esse não é o caso de “falso positivo” que determinou a suspensão provisória do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), uma vez que tanto a amostra “A” quanto a “B” apontaram a presença dessas substâncias proibidas.

Everson é o segundo caso de doping na equipe de ciclismo do Avaí. Vice-campeão brasileiro de 2015 no contra-relógio aos 19 anos, Fernando Filkler testou positivo para clostebol depois de vencer Tour do Rio do ano passado. O jovem sequer constituiu defesa e foi suspenso por oito meses – volta a competir em agosto.

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De acordo com o técnico do Avaí, Diones Chinelatto, o caso de Fernando é idêntico ao que suspendeu Maurren Higa Maggi em 2003. O ciclista utilizou-se de uma pomada anticicatrizante que contém clostebol e não teve ganho de performance. Por isso, foi mantido na equipe.

Em 2014, as campeãs brasileiras de resistência Márcia Fernandes (adulto) e Nayara Gomes Ramos (sub-23) foram flagradas em exame antidoping realizado durante a competição – só as duas foram testadas.

No ano passado, o Brasileiro de Ciclismo de Estrada não teve controle de dopagem. Em setembro, entretanto, um teste surpresa na equipe que ia aos Jogos Mundiais Militares causou a suspensão de mais dois atletas: Uênia Fernandes (prima de Márcia e de Clemilda Fernandes, que vai à Olimpíada) e Alex Arseno. Carlos Alexandre Manarelli, da Funvic, também foi pego no doping este ano e participou do Campeonato Brasileiro graças a uma liminar.


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