O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro passou. Mas o ursinho de pelúcia, fruto daquele namoro que chegou ao fim, continua. Foi pensando nos bichinhos escondidos no armário que veio a ideia do projeto: repassar os presentes de um ex para crianças afastadas do convívio familiar. Entre os participantes, o lema é transformar amor em amor.

Em São Paulo, a publicitária Raphaella Araújo, de 34 anos, ganhou um coração de pelúcia, com a frase “eu te amo” gravada. O relacionamento durou um ano e o presente acabou virando uma lembrança de um sentimento que não existia mais. Quis participar assim que soube da campanha “Amor de Pelúcia”, que recolhe ursinhos de relações terminadas. Ela ajudou a organizar o primeiro mutirão paulista, em abril, que destinou doações a um abrigo na Vila Madalena. “Para fazer criança feliz, meu apego era menos importante”, diz. “Tudo que tinha de ir embora, o restinho do relacionamento, foi com aquele coração.”

Mãe de quatro filhos, a empresária Luciana Veras, de 42 anos, por exemplo, ficou tocada pelo projeto. “São crianças que estão sem o pai e sem a mãe, foram abandonadas, sofreram maus-tratos. O bichinho de pelúcia acaba representando o aconchego da família.”

O grupo está organizando uma nova ação para o Dia das Crianças. Os ursinhos podem ser doados até quarta-feira na loja Bondinho, na Avenida Pompeia, 1.795, e na Livraria Suprioeste, na Rua Caraíbas, 929.

Morador do Recife, o diretor audiovisual Gustavo Arruda, de 26 anos, é o criador da “Amor de Pelúcia”, uma rede que hoje reúne cerca de 50 pessoas. A primeira campanha aconteceu no Dia das Crianças do ano passado, em Pernambuco, e conseguiu arrecadar mais de 600 ursinhos. Depois, o projeto se espalhou por Ceará, Minas, Rio e São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.