Logo no primeiro dia do segundo turno, a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) se reuniu para definir as estratégias para conseguir reverter o quadro do primeiro e bater o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) na corrida pela Prefeitura de São Paulo. No encontro com vereadores e lideranças, ficaram acordadas os caminhos das agendas que, novamente, terão as periferias como foco.

Mas, indo na contramão da teoria, a equipe de Boulos quer mirar em comunidades em que Pablo Marçal (PRTB) venceu a disputa. O ex-coach, terceiro colocado na disputa mais acirrada na capital paulista, teve forte apelo em polos em que o psolista tinha esperança de ser potência.

Marçal teve votação expressiva na Zona Leste, região em que Boulos queria sugar os votos e investiu em agendas no primeiro turno. A região também possivelmente terá a maior concentração de agendas no segundo.

Em um pensamento improvável, a campanha de Boulos acredita que parte dos votos de Marçal – mesmo que poucos – podem migrar para o deputado. Aqueles mais ideológicos devem partir para Nunes, mas os aliados do psolista veem chances de absorção de alguns votos dos “anti-sistemas” e aqueles contra o governo do emedebista.

A tese foi reforçada pelo próprio Boulos durante uma coletiva de imprensa convocada na tarde desta segunda-feira, 7. O candidato do PSOL admitiu que os ideológicos não devem ir com ele, mas vê o segundo turno como uma “nova eleição”.

Na mesma proporção, a campanha de Guilherme Boulos também vê chances de conseguir tirar uma parcela de votos de Nunes. Com a possibilidade de maior participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia a dia do prefeito, aliados do deputado acreditam que eleitores mais moderados podem migrar para a candidatura psolista.

Essa, inclusive, deve ser uma estratégia de Boulos. O candidato do PSOL quer focar na atrelagem da imagem de Bolsonaro a Nunes, além de bater em problemas da cidade.

A ideia é aumentar a rejeição do emedebista, principalmente na periferia – responsável por decidir a eleição em São Paulo. Além da Zona Leste, com a vitória de Marçal, Boulos quer a Zona Sul, região que ganhou em 2020, e tem Marta Suplicy (PT), sua vice na chapa, como uma das maiores lideranças. No primeiro turno, grande parte da região sul, inclusive em áreas em que o psolista venceu na eleição passada, deu preferência a Nunes.

As campanhas focaram em reuniões internas nesta segunda-feira e em agendas de reuniões mais simples. As carreatas e o corpo a corpo com os eleitores devem ser intensificadas a partir desta terça-feira, 8.