Na Europa, rejeitar a camisa 24 por questões relacionadas à homossexualidade está fora de cogitação. Considerando-se os times classificados às oitavas de final da Liga dos Campeões, todos os 16 clubes têm jogadores que utilizam o número rejeitado no futebol brasileiro. Os exemplos englobam atletas de diferentes nacionalidades. São os casos do lateral Florenzi (Roma), do espanhol Dani Ceballos (Real Madrid) e do inglês Brewster (Liverpool).

A realidade é a mesma nos países da América do Sul. Nos principais clubes argentinos (Boca Juniors e River Plate) e uruguaios (Peñarol e Nacional), os elencos têm atletas que vestem a camisa 24. O mesmo acontece com os finalistas do campeonato norte-americano, o campeão Atlanta e o Portland. “Apenas no Brasil o número 24 traz essa mácula para quem o utiliza no futebol. Isso é próprio da nossa cultura, não de outra”, afirma Rogério Baptistini, sociólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O especialista lembra que o número é comum em outros esportes. Kobe Bryant, morto em um acidente de helicóptero na Califórnia, usou a camisa 24 ao longo de seus 20 anos de carreira pelos Los Angeles Lakers.

Outro fator que justifica a exclusão de alguns números é a superstição. O ex-jogador e hoje técnico Maradona determinou que não fosse mais usada a camisa 13 no Gimnasia. Para ele, o número traz má sorte.

Também existem outros fatores. Na Alemanha, por exemplo, há a tradição de não se usar a camisa 12, uma homenagem às torcidas que representariam o papel do 12º jogador da equipe.