Capitão e dono da camisa 10, o velejador Robert Scheidt, já chamado de “Pelé das velas” inúmeras vezes, comandou nesta quarta-feira o barco do Brasil a vitórias nas duas regatas de estreia da SSL Gold Cup, competição entre países e inspirada na Copa do Mundo de futebol, cujo evento-teste ocorre no Lago Neuchâtel, na Suíça.

Este é o segundo evento-teste da SSL Gold Cup, cuja competição entre 56 países está programada para os meses de maio a junho de 2022. A equipe brasileira, apelidada de “Brazilian Storm”, superou barcos de Israel, Omã e Hungria. Os dois primeiros colocados da flotilha avançam ao mata-mata contra os líderes da outra chave – composta por Suíça, Argentina, Croácia e Estônia. A primeira fase do evento-teste foi disputada no início de setembro e vencida pela África do Sul.

Scheidt elogiou a atuação da equipe brasileira nesta quarta-feira. “Tivemos uma boa estreia. Foi um dia bastante difícil, com vento bem forte, entre 18 e 22 nós, e muitas rajadas. E isso testou bastante a nossa tripulação, já que esse barco tem uma área vélica enorme e muita potência. O time conseguiu ter um bom aproveitamento, manobramos muito bem o barco em comparação com os nossos adversários”, comentou o bicampeão olímpico. “Estamos bem satisfeitos por ter chegado ao resultado de hoje e amanhã (quinta) deve ser um dia parecido, com vento forte. Vamos ver se conseguimos repetir um bom desempenho”.

Na primeira regata desta quarta-feira, o time brasileiro efetuou uma boa largada, acertou as manobras e dominou a disputa. A segunda prova do dia foi diferente. Após um início irregular, conseguiu desenvolver boa velocidade e acertou na tática para se recuperar a cruzar a linha de chegada na primeira colocação. “Realmente foi um dia que exigiu bastante da tripulação, pois o vento forte despeja muita potência nas velas e isso exige muitas decisões ao longo do percurso, devido a necessidade de manobras difíceis dadas a intensidade do vento e a área vélica grande”, explicou Scheidt.

A equipe brasileira reúne 10 velejadores de renome internacional. Além do capitão Robert Scheidt, estão a bordo as bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze e nomes consagrados da vela como Henrique Haddad, Gabriel Borges, Henry Boening, Juninho de Jesus, Joca Signorini, Alfredo Rovere e André Fonseca. Cada atleta tem seu número na camisa – Scheidt é o 10 – e os uniformes do Brasil, fornecidos pela organização, lembram a “amarelinha” da seleção pentacampeã do mundo de futebol.

Todos os países competem em situação de igualdade e os veleiros são fornecidos pela organização. O barco SSL47 – uma versão do RC44, categoria bastante usada em regatas mundiais – tem regulagens do original que não podem ser alteradas. “A ideia da SSL Gold Cup é interessante, pois são barcos iguais e o que conta é o trabalho da tripulação”, atestou Scheidt.