Caminhoneiros voltaram a bloquear rodovias pelo País nesta terça-feira, 22, contra os aumentos seguidos nos preços do diesel. Na segunda-feira, as ações paralisaram estradas em 19 Estados e no Distrito Federal.

A Polícia Rodoviária Federal registrava, até as 12h desta terça, mais de 159 pontos de interdições nas rodovias federais de 20 Estados. Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina permanecem como os mais afetados.

Minas Gerais registra 29 interdições, segundo boletim divulgado pela polícia rodoviária do Estado:

Polícia Rodoviária Federal/MG

Balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal do Paraná, o segundo Estado mais atingido pelas manifestações, registra 27 pontos de protestos em rodovias federais desde o início da manhã.

Na BR-101, no km 282, em Santa Catarina, os caminhões já interromperam o tráfego e PRF está mobilizada no local.

Em São Paulo, caminhoneiros ocupam totalmente a região pista local da marginal Tietê, nas proximidades da Ponte da Vila Guilherme, no sentido Castelo Branco.

O que os caminhoneiros querem é que o governo promova alguma mudança que faça cair os preços do combustível – o pedido é que sejam reduzidos impostos. “Se o nosso transporte é essencial, queremos um preço diferenciado para o diesel no setor de cargas”, disse Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (não ligados a transportadoras).

O governo fez uma reunião na noite de segunda-feira, 21, para discutir a questão, mas não conseguiu chegar a uma decisão. Nesta terça, haverá mais rodadas de reuniões. A primeira delas será pela manhã, no Ministério da Fazenda, onde o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, receberá o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Eles deverão tentar encontrar uma forma de evitar oscilações tão frequentes no preço da gasolina e do diesel no mercado doméstico.

Os caminhoneiros reivindicam preço diferenciado para o transporte de cargas e o fim da cobrança de pedágio para o eixo suspenso, além de melhoria no valor do frete.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, os reajustes constantes do diesel nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o combustível tornaram a situação insustentável. “Mesmo com a mobilização marcada, o governo anunciou outro aumento. Há correção quase diária, que dificulta a previsão de custos por parte do transportador.” Segundo ele, os protestos estão sendo pacíficos. “Não apoiamos barricadas, nem depredação de patrimônio público”, afirmou.

Apenas nestes dois primeiros dias, o setor de aves e suínos já sente o reflexo das manifestações e, há, inclusive, relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspensos por causa da falta de transportadores de cargas.