A menos de 100 dias para o início da Copa do Mundo, no Qatar, a Seleção Brasileira já conhece os seus primeiros passos em busca do hexa. No grupo G, ao lado de Camarões, Sérvia e Suíça, o Brasil praticamente repete o seu grupo da última edição do torneio e foge de equipes mais tradicionais nesta primeira fase.

O jogo de estreia da Seleção acontece dia 24 de novembro, contra a Sérvia, no Estádio Nacional de Lusail. Depois, dia 28, enfrenta o Suíça no Estádio Ras Abu Aboud, na região do porto de Doha e fecha a primeira fase contra Camarões, no dia 2 de dezembro, novamente no Nacional de Lusail.

A concentração e os treinos da Seleção Brasileira acontecerão em Doha, no Estádio Grand Hamad e no Westin Doha Hotel e Spa. Mas, o que chama a atenção nesta primeira parte da logística do Brasil é a realização de um jogo de Copa do Mundo, contra a Suíça, no dia 28 de novembro, em um estádio 100% desmontável e reaproveitável.

O Ras Abu Aboud, também conhecido como Estádio 974, foi levantado com a estrutura toda em aço e tubos, além de 974 (por isso o apelido) contêineres. Localizado a 7 km de Doha, ele tem capacidade para incríveis 40.000 espectadores.

A estrutura é resultado de uma política adotada pelo Comitê Organizador da Copa no Qatar de evitar ao máximo a formação dos chamados “elefantes brancos”, megaestruturas que perdem a serventia e ficam subutilizados após a realização do evento.

Essa estrutura móvel do Estádio 974, além de evitar que isso aconteça, servirá posteriormente para a formação de várias praças esportivas e novas estruturas em países carentes. Todo material será doado pelo Qatar aos países que carecem de melhoria em suas praças culturais e esportivas.

Tatiana Fasolari, diretora executiva da Fast Engenharia, empresa brasileira especializada em montagem de estrutura provisórias, visitou as obras do Estádio 974 in loco e ressaltou a ousadia do projeto.

– Nós estivemos no Catar no ano passado visitando o Ras Abu Aboud com nosso parceiro local, a Alutec, empresa responsável pela execução deste estádio. É realmente um projeto brilhante, que ao mesmo tempo mistura materiais simples como containers, com um projeto arquitetônico arrojado – disse Fasolari.

O Estádio 974 também é diferenciado dos demais estádios sedes da Copa do Mundo em outro quesito: a refrigeração. Por mais que esteja localizado próximo ao mar (nos arredores do porto de Doha), seu sistema de climatização é bem mais simples que os demais estádios sendo, assim, mais sustentável também.

Pela estrutura diferenciada, seu exterior é bem diferente aos acostumados com o “padrão Fifa”. Apesar disso, o estádio promete ser uma grande atração para os visitantes e um espelho para os próximos organizadores de eventos esportivos.

Com vasta experiência em montagem de eventos esportivos pela Fast, Tatiana acredita que o Catar “lançará moda” e que as estruturas desmontáveis serão uma tendência devido aos benefícios trazido.

– A infraestrutura temporária em grandes eventos é a grande tendência deste século. É extremamente sustentável, uma vez que praticamente todo material é reutilizável, significa uma redução drástica de custos na construção e principalmente na manutenção pós evento, além de garantir um cronograma de montagem muito mais curto – avaliou a especialista.

Além de Brasil x Suíça, no dia 28 de novembro, o Estádio 974 receberá seis confrontos: México x Polônia (22/11), Portugal x Gana (24/11), França x Dinamarca (26/11), Polônia x Argentina (30/11), Sérvia x Suíça (2/12) e uma partida das oitavas-de-final, no dia 5/12.