A Polícia Civil de Minas Gerais declarou em coletiva nesta quinta-feira, 26, que foram identificados 16 corpos de vítimas do acidente que deixou 41 mortos na BR-116, altura de Teófilo Otoni (MG), no sábado, 21 de dezembro. De acordo com as autoridades, informações preliminares indicam que o caminhão estava com sobrepeso.
De acordo com o delegado Amaury Albuquerque, as forças de segurança não têm uma conclusão sobre o que causou o acidente, mas o peso da carga do caminhão é analisado. Segundo o agente, apenas após a coleta de provas técnicas e depoimentos será possível apontar o que de fato aconteceu. Imagens de câmeras de monitoramento serão observadas pela Polícia Civil.
“Temos indícios de velocidade, de peso de carga, tudo isso. Pela violência do que aconteceu, a gente tem um caminho. Só poderemos ter uma conclusão no final dos procedimentos”, pontuou o delegado Albuquerque.
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Conforme as autoridades, dos 16 corpos analisados, 13 foram identificados por digitais e três por arcada dentária. O restante dos corpos ainda está em perícia e material genético dos cadáveres e de familiares foram coletados.
Uma equipe de peritos especializada em acidentes de trânsito foi enviada para auxiliar nas investigações. De acordo com a Polícia Civil, um scanner 3D foi utilizado na BR-116 nesta quinta-feira, 26, para uma reconstituição do local do crime que irá servir de base para as diligências das autoridades.
O delegado Amaury Albuquerque comentou que radares de velocidade foram retirados da via antes do acidente, mas é “prematuro dizer que isso contribuiu de alguma forma”. “O peso da carga será analisado e temos informações que nos levam a acreditar em sobrepeso.”
De acordo com o agente, apesar de o motorista do caminhão suspeito de ser responsável pelo acidente estar com a CNH apreendida há dois anos, havia uma decisão judicial que permitia o sujeito a estar na condução do veículo.
O suspeito se entregou na terça-feira, 23, depois de passar três dias foragido. A identidade do homem não foi divulgada. O trajeto do caminhão foi feito pelas autoridades durante as investigações.
Segundo as autoridades, não há um prazo para a conclusão do inquérito e o objetivo é conseguir “provas robustas” para responsabilizar os envolvidos no acidente.
Relembre o acidente
O acidente ocorreu na altura do km 285 da BR-116, em Lajinha. Por volta das 3h30 ocorreu uma colisão entre três veículos: um ônibus da empresa Emtram, um carro de passeio e uma carreta.
O ônibus havia saído do terminal Tietê, em São Paulo, e tinha como destino várias cidades na Bahia, sendo a última Elísio Medrado.
As investigações apontam que uma pedra de granito teria se soltado da carreta. Devido às colisões, houve um incêndio e parte dos corpos das vítimas foram carbonizados.