Camilo Cristófaro apresenta duas versões após fala racista na Câmara Municipal de SP

André Bueno/CMSP
O vereador Camilo Cristófaro se apressou para arrumar desculpas após a fala racista Foto: André Bueno/CMSP

A terça-feira (3) foi tumultuada para o vereador Camilo Cristófaro (PSB) após ser acusado de proferir uma frase racista durante uma sessão da CPI dos Aplicativos, na Câmara Municipal de São Paulo.

Durante a sessão, Cristófaro foi ouvido afirmando que “não lavar a calçada… é coisa de preto, né?”. No momento, o vereador aguardava participação por videoconferência na CPI. Horas depois, apresentou duas versões para se defender, de acordo com o portal G1.

Para os demais vereadores, o político do PSB declarou via WhatsApp que se referia a “carros pretos” e suas respectivas pinturas.

“São 11h20 da manhã e estou fazendo uma gravação aqui. Estou dizendo exatamente que esses carros pretos dão trabalho. Que os carros pretos são f… Estou dizendo aqui que carro preto não é fácil para cuidar da pintura. Então, se a vereadora Luana olhou pro outro lado, 70% das pessoas que me acompanham, vereadora, são negros. Então, a senhora não vêm com conversa. Olha só, estão lavando aqui, oh. Estou dizendo que carro preto dá trabalho, que carro preto dá mais trabalho para polir”, afirmou.

Logo depois, durante a tarde, ao participar de uma reunião com outros parlamentares, Cristófaro deu uma segunda versão do caso e disse que conversa com Anderson Chuchu, um colega negro de longa data e que, segundo ele, possui intimidade.

“Eu ia gravar um programa, que não foi gravado, lá no meu galpão de carros. Eu estava com o Chuchu, que é o chefe de gabinete da Sub do Ipiranga, e é negro. Inclusive, no domingo nós fizemos uma limpeza e quando eu cheguei eu falei: ‘isso aí é coisa de preto, né?’. Falei pro Chuchu, como irmão, porque ele é meu irmão”, disse.

O parlamentar, porém, pediu desculpas aos colegas da Caâmara pelo que disse se tratar de uma brincadeira. Mesmo com as justificativas, o caso repecutiu entre os demais vereadores, que vão iniciar uma investigação contra Cristófaro na Corregedoria.