02/12/2024 - 0:24
Imagens de câmeras corporais de policiais militares do Rio de Janeiro mostraram flagrantes de abusos cometidos por policiais e versões combinadas, mas também mostraram o drama de agentes assassinados e dos que recusam propinas. As informações foram mostradas no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo, dia 1.
Em uma das gravações, é possível ver um policial militar atirando nas costas de um suspeito que estava rendido. A abordagem tinha ocorrido na zona norte do Rio de Janeiro, durante uma perseguição a supostos assaltantes que estariam agindo de carro.
Após ser abordado pelos policiais e ter sido orientado sobre o que fazer, o motorista saiu do veículo com as mãos para o alto. No chão, ele tentou se explicar. Depois, o suspeito levantou e levou um tiro nas costas. Na porta da delegacia, os policiais combinaram a versão que eles dariam em seus depoimentos. “O senhor não mirou nele, o senhor mirou no veículo”, disse um deles.
Após uma análise dos detalhes da ocorrência e de um pedido da Defensoria Pública, a Justiça determinou que o Ministério Público e a Corregedoria da corporação investigassem a conduta dos PMs. A Polícia Militar disse que o sargento Daniel de Souza Braga foi “preventivamente afastado do serviço nas ruas” e que o caso está sendo apurado.
Em depoimento, o réu confessou que roubou a bolsa de uma mulher na madrugada em que foi abordado. Ele foi condenado a seis anos de prisão.
Perigos
Os ricos da profissão também foram mostrados nas imagens das câmeras corporais. Uma delas mostrou a morte do sargento Gabriel Leite Fernandes. No dia, policiais foram fazer a prisão de traficantes em Itaboraí. O sargento foi baleado pelos traficantes, socorrido pelos colegas, mas não resistiu.
O homem acusado de matar o PM foi preso e virou réu pelo homicídio, mas ainda não foi a julgamento. De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, 33 policiais foram mortos durante o ano de 2024, sendo 10 em serviço, 21 de folga e dois aposentados.
Em um outro flagrante, um policial recusa uma propina que tinha sido oferecida por um homem preso por furto. “Sou polícia, irmão. Não sou vagabundo, não. Não aceito arrego de ninguém, não”, disse em gravação.