Imagens de uma câmera de monitoramento registraram o momento em que a estudante da USP Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, deixava a estação Corinthians-Itaquera na noite de domingo, 13, pouco antes de desaparecer.
A jovem sumiu por volta das 22 horas do domingo, após deixar a residência do namorado, no Butantã, zona oeste. Segundo amigos, ela desceu na estação Itaquera do metrô e teria se encaminhado a uma banca de jornal para carregar a bateria do celular e pedir um carro por aplicativo para voltar para casa, nas proximidades.
A mãe chegou a transferir dinheiro para que a filha chamasse um carro de aplicativo, mas Bruna não completou a corrida. Ainda não há informações sobre se ela chegou a entrar em algum veículo, se foi embora a pé ou de transporte coletivo.
O corpo da jovem foi encontrado na quinta-feira, 17, nos fundos de um estacionamento. Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a bolsa de Bruna foi levada e o aparelho celular foi desativado após o assassinato. O corpo, que foi encontrado apenas com roupas íntimas, mostra que Bruna tentou se defender das agressões.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o episódio foi registrado como morte suspeita no 24º DP (Ponte Rasa), que “realiza diligências em apoio ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para esclarecer os fatos e identificar a autoria”. As autoridades não informaram se há suspeitos ou hipóteses sobre um possível crime.
Conforme o boletim de ocorrência, o corpo de Bruna foi encontrado apenas com trajes íntimos, o que pode sugerir a ocorrência de estupro. Os policiais solicitaram a realização de perícia no local e exame sexológico na vítima.
Bruna tinha um filho de sete anos e era turismóloga, formada em 2018 pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo — a EACH, na USP Leste. A jovem havia ingressado havia poucos meses no mestrado em Mudança Social e Participação Política na instituição de ensino.
Assista ao vídeo:
Desabafo da mãe
A mãe da estudante da USP, Bruna Oliveira da Silva, disse, na última sexta-feira, dia 18, que a filha era sua inspiração e lutava em prol do feminismo e contra a violência de gênero. A jovem estava desaparecida desde o último domingo, dia 13.
“Morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: ‘Por que não fui eu?’. A dor seria bem menor”, afirmou Simone da Silva à TV Globo.
A mãe da jovem disse ainda que ela era sua melhor amiga e a pessoa com quem podia contar. “Ela falava para mim: ‘Mãe, estuda e não dependa de ninguém. Estuda e trabalha’. Tudo o que consegui na minha vida foi ela me empurrando. E agora? Quem vai fazer isso?”, disse à TV Globo.