BRASÍLIA (Reuters) – O câmbio no Brasil está tendo um desempenho melhor por conta de fatores como a reversão da crise hídrica e uma situação fiscal mais positiva, disse nesta segunda-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, ponderando que ainda há incertezas no médio prazo.

Em evento promovido pelo Goldman Sachs, Serra afirmou que o câmbio no país foi pressionado por uma série de fatores em 2020 e 2021, como os juros baixos e incerteza fiscal. Naquele período, segundo ele, o real chegou a se desvalorizar 25% em relação a seus pares.

Para ele, houve melhora nesse cenário cambial, também influenciado por mudanças na tributação de investimentos no exterior, retorno de brasileiros a investimentos domésticos e fluxo de recursos de empresas.

Na avaliação de Serra, o movimento recente do câmbio –que voltou a subir para patamares superiores a 5 reais por dólar– refletiu impacto da desaceleração da China, que enfrenta uma onda de Covid-19, e do aperto monetário implementado nos Estados Unidos.

Para ele, o efeito causado pela China sobre o real foi mais forte do que o dos juros nos Estados Unidos.

(Por Bernardo Caram)

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