Camarões, a seleção africana com mais participações em Copas do Mundo, e a Suíça, que chega a sua 12ª participação (em 22 Mundiais), farão nesta quinta-feira um duelo inédito entre duas seleções que nunca tiveram grande protagonismo no torneio, com a quartas de final sendo o melhor resultado para ambos.

Os ‘Leões Indômitos’ tentam manter viva a chama da Copa da Itália-1990, quando foram a grande surpresa ao vencerem a Argentina de Maradona na primeira fase e se classificaram para o mata-mata, eliminando a Colômbia nas oitavas de final e perdendo para a Inglaterra nas quartas de final. Mas os mais jovens já não se lembram desse feito e o nome de Roger Milla, o melhor jogador camaronês da história até o surgimento de Samuel Eto’o, pouco lhes diz.

Depois daquele momento histórico, Camarões passou a ser presença regular nos Mundiais, participando de seis das últimas oito edições, contando com a Copa do Catar-2022, mas nunca passando da primeira fase.

Além disso, nos últimos anos, os ‘Leões Indomáveis’ pouco brilharam em seu continente. Na última década, conquistou apenas um título da Copa Africana de Nações (2017) e no último torneio continental, em casa, nem chegou à final (terminou em terceiro). Pior, não se classificou para duas edições (2012 e 2013), nem se classificou para a última Copa do Mundo, na Rússia.

Poucas conquistas para uma das maiores feras do futebol africano, que chegou ao Catar graças a um gol no último minuto da repescagem contra a Argélia.

Com Samuel Eto’o como presidente da federação e outra de suas lendas, Rigobert Son, no comando, Camarões tenta devolver o brilho de outrora à seleção e tem um elenco com jogadores que atuam nas melhores ligas da Europa, embora sem ter uma grande estrela.

– Choupo Moting em grande momento –

O goleiro André Onana, da Inter, o meio-campista Franck Zambo Anguissa, do Napoli, e os atacantes Eric Choupo Moting (Bayern de Munique), Vincent Aboubakar (hoje no saudita Al Nasr Riyadh) e Karl Toko Ekambi (Lyon) formam a espinha dorsal de uma equipe, cujo calcanhar de Aquiles é a defesa, onde não tem nenhum jogador que jogue em um time grande.

Camarões confia no grande momento de Choupo-Moting, autor de nove gols nos últimos oito jogos pelo Bayern de Munique, e na capacidade de organização de Anguissa, que faz uma grande temporada no imparável Napoli, para se classificar no grupo G em que os dois grandes favoritos são Brasil e Sérvia.

Por isso, o resultado da partida contra a Suíça parece ainda mais decisivo, já que o time derrotado poderá ficar à beira do abismo.

Assim como Camarões, a Suíça é outra das presenças regulares na Copa do Mundo, com 12 participações (em 22) e algumas quartas de final como melhor resultado (1934, 1938 e 1954), embora em três dos últimos quatro Mundiais (exceto 2010), sempre tenha passado da primeira fase para ser eliminada já nas oitavas.

À geração de ouro da ‘Nati’, liderada por Xherdan Shaqiri, Granit Xhaka e pelo goleiro Yann Sommer, parece já ter idade para conseguir o que não conseguiu em edições anteriores, embora a equipe, agora sob o comando de Murat Yakin, tem também um ‘Leão Indomável’ a rugir no Catar: Breel Embolo.

Aos 25 anos, e depois de já ter participado da Copa da Rússia-2018, o atual atacante do Monaco, nascido em Camarões, parece ter chegado ao seu momento de maturidade para orientar o ataque suíço.

As chances da ‘Nati’ no Catar vão depender muito dos seus gols.

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