19/09/2024 - 12:04
São Paulo, 19 – A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária, estima que a área plantada com algodão no País em 2024/25 cresça 7,4% em relação a 2023/2024, e atinja 2,14 milhões de hectares. Durante a 76ª reunião da câmara, presidida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi divulgado levantamento considerando os dados indicados pelas associações de produtores estaduais.
A produtividade projetada é de 1.859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare, o que aponta para produção de 3,97 milhões de toneladas de algodão, 8% maior que a da temporada anterior.
Em nota, a Abrapa diz que os números são mais otimistas do que os divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1.831 quilos por hectare.
“Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que, por sua vez, está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma na nota o presidente da Abrapa e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.
Sobre a temporada 2023/24, a Abrapa informou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1.848 quilos de pluma por hectare, em linha com o levantamento anterior, de junho. “O Estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares.
No evento desta quarta-feira, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, disse esperar que no próximo ciclo o Brasil continue como o maior exportador global. “A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, afirmou.
Quanto ao mercado interno, a Anea destacou a demanda “moderada”, e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta.
Ainda de acordo com a nota da Abrapa, de janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário ainda apresenta queda de -1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9% de janeiro a agosto, e a importação do setor subiu 13,4%. “Já a exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil.”