Câmara prepara suspensão de Janones após confusão em plenário

Medida tem aval do presidente da Câmara, Hugo Motta, após pedido do PL por quebra de decoro parlamentar; cassação deve ser analisada posteriormente

André Janones
Deputado federal André Janones (Avante-MG) durante sessão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados deve suspender o deputado federal André Janones (Avante-MG) por três meses após a acusação de quebra de decoro parlamentar depois de protagonizar uma confusão no plenário da Casa na última semana. A votação da medida será nesta terça-feira, 15, no plenário do Conselho de Ética.

A suspensão do mandato foi enviada pela Mesa Diretora da Casa, ou seja, tem o aval do chefe do Salão Verde, Hugo Motta (Republicanos-PB). Motta atendeu a um pedido do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ).

A ISTOÉ apurou que o relator da medida no conselho, deputado Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM) deve acatar o pedido sem ressalvas. A tendência, de acordo com deputados próximos, é que ele reforce a tese de que André Janones esteve envolvido em outras polêmicas neste mandato.

A tese do deputado deve ser a mesma usada por Sóstenes, que apontou a provação de Janones sobre deputados bolsonaristas durante a fala de Nikolas Ferreira (PL-MG) na tribuna. André Janones foi ao local onde se concentra a oposição no plenário gravando um vídeo para as redes sociais. Em seguida, foi cercado pelos deputados que entoaram gritos de “rachadinha não”, em referência à investigação contra o parlamentar no ano passado.

Essa será a segunda vez em que a Câmara dos Deputados deve suspender um mandato parlamentar após a chegada de Hugo Motta à presidência da Casa. A suspensão, inclusive, era uma das medidas prometidas por Motta para “dar ordem” aos trabalhos do Salão Verde após as brigas e discussões no plenário.

A primeira foi com o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES), que está suspenso desde maio. Na ocasião, o parlamentar preferiu ofensas contra a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública ao afirmar que ela “devia ser uma prostituta”.