Câmara pede suspensão dos mandatos de deputados que protagonizaram obstrução

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Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados pediu nesta sexta-feira, 8, a suspensão dos mandatos de Julia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Camila Jara (PT-MS) e Zé Trovão (PL-SC) por seis meses em razão da obstrução às atividades protagonizada pelos parlamentares nesta semana.

Os integrantes da direita radical tomaram a Mesa Diretora e impediram a Casa de discutir ou votar projetos por cerca de 30 horas em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), só conseguiu retomar o controle após longa negociação e ameaças de intervenção da Polícia Legislativa. No discurso de reinício dos trabalhos, Motta afirmou que a democracia é “inegociável” e pediu respeito à Mesa Diretora.

Os alvos do pedido

Quatro dos cinco alvos da representação são bolsonaristas e estavam na “linha de frente” da obstrução. No caso de Camila Jara, a possível punição se deve à confusão em que ela se envolveu com Nikolas Ferreira (PL-MG), que a acusou de agredi-lo.

A suspensão dos mandatos será julgada pelo Conselho de Ética da Câmara, que tem papel definitivo em discussões dessa monta. Em caso de aprovação, além da perda da atividade por seis meses, os deputados ficam sem salário, gabinete e cota parlamentar pelo mesmo período.

Entre os possíveis punidos, Van Hattem chegou a permanecer na cadeira do presidente. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Pollon foi o último a resistir e foi ele quem teve que ceder o assento a Motta para a retomada dos trabalhos. Dias antes, chamou o presidente da Câmara de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”.