A maioria republicana da Câmara de Representantes dos Estados Unidos votará nesta quinta-feira um projeto de derrogação da emblemática lei de saúde de Barack Obama, conhecida como Obamacare, o que representaria uma grande vitória para Donald Trump.

Os líderes republicanos anunciaram na quarta-feira que iam tentar pela segunda vez aprovar um texto que derroga e substitui o Obamacare depois do fracasso da primeira tentativa.

Depois de várias semanas de ajustes para tentar alinhar o maior número possível de legisladores republicanos, a votação poderá ser por uma margem estreita, já que nenhum democrata apoia o novo texto.

A Casa Branca e os líderes republicanos negociaram com as alas moderada e conservadora do partido para elaborar um texto mais aceitável para a maioria.

A minoria democrata da Câmara se opõe totalmente ao projeto, e para que seja aprovado precisa de 216 votos.

Atualmente, a Câmara de Representantes é integrada por 238 republicanos e 193 democratas. Se aprovado, o projeto deve ser debatido nas próximas semanas pelo Senado, onde provavelmente será muito modificado.

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– Revés temporário –

O plano de reforma do sistema de saúde de Trump sofreu um grande revés no dia 24 de março, quando a oposição dentro do seu próprio Partido Republicano forçou o adiamento da votação.

Trump reagiu dando um ultimato aos legisladores republicanos, reunidos no Capitólio, para que aprovassem a derrogação e a substituição do ‘Obamacare’ de qualquer modo.

“O desastroso Obamacare provocou mais custos e menos opções. Isto só vai piorar! Devemos derrogá-lo e substituí-lo. Aprovem a lei!” – escreveu Trump no Twitter oficial da Casa Branca na ocasião.

Trump enfrenta uma verdadeira prova de fogo no Congresso, onde espera evitar a reprovação de sua polêmica reforma do Obamacare.

O magnata assumiu a presidência prometendo aplicar suas qualidades como negociador, adquiridas ao longo de sua carreira empresarial, para conseguir a aprovação de seus projetos de governo.

Mas a oposição dos democratas, que defende com unhas e dentes a continuidade do Obamacare, dificilmente poderá mudar o rumo da discussão, visto que é minoria nas duas câmaras.

Em linhas gerais, a bancada republicada está dividida em duas correntes.

A primeira, a mais alinhada com Trump, considera que o plano é o que o país precisa para superar o modelo Obamacare.

Uma segunda corrente, mais ortodoxa, se opõe ao projeto por considerar que este não é conservador o suficiente e que mantém aspectos importantes do Obamacare.

No meio, uma parte importante dos legisladores republicanos adota um discurso de cautela, alegando que estudos indicam que a nova lei poderia deixar 14 milhões de pessoas sem nenhuma cobertura médica, um cenário que consideram explosivo para as próximas eleições legislativas parciais, em 2018.



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