Incentivada por aliados a ser a candidata do governo à presidência da Câmara, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que se sente lisonjeada com a ideia e lembrou que uma mulher nunca presidiu a Casa. Ela é deputada federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul e está licenciada da Câmara desde o início de 2019, quando aceitou integrar o primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro.

Em entrevista nesta sexta-feira, 10, ao jornalista Magno Martins, da Rede Nordeste de Rádio, a ministra desconversou sobre pedidos para aceitar a missão de voltar à Câmara e suceder o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“A gente tem que sentar e conversar. Sou deputada federal, sou mulher. Nunca teve uma presidente da Câmara mulher. Mas tem mulheres muito capacitadas lá também”, disse ela, que é filiada ao mesmo partido de Maia.

Tereza Cristina afirmou ter tomado conhecimento dos rumores sobre sua eventual candidatura pela imprensa e disse estar “focada” nas suas atribuições ministeriais. Mesmo assim, ela evitou descartar a ideia. Argumentou, por exemplo, que uma disputa assim demandaria uma série de conversas ainda não feitas.

“Sou deputada federal, estou licenciada, exercendo aqui a gestão à frente do Ministério da Agricultura. Fiquei muito lisonjeada de meu nome ter sido lembrado, mas é uma coisa embrionária. Não tem nada de concreto nisso. Para ser presidente da Câmara tem que combinar com seus pares, tem que pedir voto e tem que ter consenso primeiro dentro do partido”, disse a ministra. “Está muito cedo ainda. Não entrei nessa conversa”.

Rodrigo Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tentam articular uma solução interna que lhes permita concorrer à reeleição ao comando das respectivas Casas legislativas, em fevereiro de 2021.

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A estratégia enfrenta resistência entre parlamentares, mas Alcolumbre espera um parecer do Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição proíbe a recondução dos presidentes da Câmara e do Senado na mesma legislatura e esse é justamente o caso de Maia e Alcolumbre.

Na Câmara há uma queda de braço que pode exigir a construção de uma candidatura alternativa de consenso.

Líder do Progressistas na Casa e um dos expoentes do Centrão, Arthur Lira (AL) é candidato à sucessão de Maia. A disputa entre ambos já contamina o ambiente político, com reflexos na instalação da Comissão Mista de Orçamento. Os dois tentam emplacar aliados no colegiado.

Apesar das articulações, Maia diz que não disputará novo mandato à frente do comando da Câmara. Até agora, ele dá sinais de que, caso não concorra, poderá apoiar o deputado Baleia Rossi (SP) para sua sucessão.


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