A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 10, a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O parlamentar é acusado de ser o mandante da morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Foram 277 votos favoráveis, 129 contrários e 28 abstenções.

Brazão foi preso em 24 de março após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes justificou a prisão em flagrante por obstrução de Justiça.

A manutenção da prisão já tinha sido aprovada na manhã desta quarta pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relatório do deputado Darci de Matos (PSD-SC) foi aprovado por 39 votos favoráveis e 25 contrários.

A manutenção da prisão de Chiquinho Brazão chegou a ser ameaçada na Câmara após um lobby de deputados nas últimas horas. Parlamentares queriam a soltura de Brazão como forma de “punir” Moraes e a Suprema Corte pelas interferências nas decisões do Congresso Nacional.

Outra preocupação dos deputados é com a abertura de precedentes para a prisão de parlamentares, principalmente aqueles investigados em inquéritos relatados por Moraes. Entre os “em cima do muro”, estavam deputados bolsonaristas investigados pelos atos do 8 de janeiro.

Chiquinho Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, em março de 2018. Além dele, o seu irmão, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa também foram presos por envolvimento no caso.

Domingos é apontado como um dos mandantes, enquanto Barbosa é acusado de ter atrapalhado as investigações para acobertar os irmãos Brazão. Na época, Rivaldo Barbosa comandava a Polícia Civil do Rio de Janeiro.