A Câmara Alta do Parlamento russo aprovou, nesta quarta-feira (25), a revogação da ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), um passo rumo ao abandono desse compromisso de não-proliferação, em meio ao conflito na Ucrânia e à crise com o Ocidente.

No Conselho da Federação, os senadores aprovaram por unanimidade, com 156 votos a favor, a lei que agora segue para o gabinete do presidente russo, Vladimir Putin, para sua promulgação.

Putin se pronunciou pela revogação do tratado em resposta ao fato de os Estados Unidos terem assinado o acordo com Moscou, mas nunca terem ratificado o texto. O presidente russo não especificou se o seu país planeja retomar os testes atômicos.

Os deputados da Duma aprovaram a lei na semana passada, e o presidente da Câmara Baixa, Viacheslav Volodin, defendeu a iniciativa como “uma resposta à atitude detestável dos Estados Unidos frente às suas obrigações de manter a segurança global”.

O objetivo do tratado é proibir completamente os testes e as explosões nucleares, depois de a então União Soviética, os Estados Unidos e outras potências nucleares terem realizado mais de 2.000 testes durante a Guerra Fria.

Estados Unidos e Rússia assinaram um acordo sobre o tema em 1996, mas Washington nunca o ratificou.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo menciona a questão nuclear e, em meados de 2023, enviou armas táticas para Belarus, seu aliado mais próximo.

O tratado nunca entrou tecnicamente em vigor, uma vez que não foi ratificado por um número suficiente de Estados da lista de 44 países que possuíam instalações nucleares no momento da assinatura.

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