20/02/2017 - 9:07
Os termômetros perto dos 35°C só ajudaram a animar o “esquenta” para o carnaval, que tomou as ruas de São Paulo e do Rio no domingo, 20. Foliões recorreram a trajes de banho, armas de plástico carregadas de água e até a caminhões-pipa para aliviar o calor. Os guarda-chuvas eram acessórios para conseguir sombra.
No Rio, os blocos esvaziaram as praias. Em São Paulo, no dia em que desfilaram alguns dos grupos mais tradicionais, como Acadêmicos do Baixo Augusta e Confraria do Pasmado, a lotação era sentida desde o metrô.
Ainda não há balanço de público da Prefeitura e da Polícia Militar (PM), mas a expectativa é de participação recorde no pré-carnaval paulistano em 2017. Mais de um milhão de pessoas circularam pela região de Pinheiros e Vila Madalena no fim de semana, a maior parte de sábado, 19, segundo dados preliminares do prefeito regional, Paulo Mathias.
Mesmo sem mar, a estudante Milena Paiva, de 18 anos, foi para a folia só de maiô em São Paulo. “Fiquei meio receosa de os caras virem pra cima. Mas até agora, ninguém veio”, contou ela, no fim da tarde, após seguir o bloco Gambiarra, em Pinheiros, na zona oeste, liderado pelo ator Tiago Abravanel.
Irreverência. O calor não freou a criatividade nas fantasias. Kauê Momi, de 25 anos, e um amigo foram vestidos como a grávida de Taubaté, que em 2012 fingiu esperar quádruplos para receber doações. “Esse sol só ajuda”, disse Momi, com vestido e enchimento.
“Chamamos mais amigos para virem assim, mas disseram que era piada velha. Que nada! Todo mundo quis tirar foto”, contou Momi, que curtiu no domingo, 20, pela manhã o Monobloco, em frente ao Ibirapuera, na zona sul paulistana. Foliões elogiaram a organização no local.
Já o publicitário Ewerton Oliveira, de 31 anos, e seis amigos se vestiram de lenhador para curtir o Acadêmicos do Baixo Augusta, que passou pela Consolação. “Cancelamos viagem para o Rio para brincar todo o carnaval aqui.”
Políticos – como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB) – foram alvos de brincadeiras. O publicitário Daniel Nosé, de 27 anos, usou manta xadrez e chapéu mexicano contra o presidente americano, Donald Trump. “A fantasia é fácil. Cortei um lençol em casa e vim”, disse ele, que acompanhou o Escravos da Mauá, no Rio. Fantasias do empresário Eike Batista também eram comuns. Para refrescar foliões, o bloco levou um caminhão-pipa.
Falhas. Na capital paulista, o Anhangabaú lotou, com foliões vindos de blocos, para ver a banda Nação Zumbi à noite.
No início da noite, assim como sábado, 19, havia rastros de lixo em pontos onde passaram blocos, como o centro e o Largo da Batata.
Às 23 horas, Doria varreu ruas perto da Faria Lima e admitiu “problemas” na organização do pré-carnaval. A expectativa, disse, era de 250 mil foliões e o público foi de cerca de 700 mil de sábado, 19.
“Não justifica. Temos de estar preparados para mais e não para menos.” Segundo ele, já foi dobrado o efetivo de varrição e cada esquina das vias onde passam blocos terá lixeira no próximo fim de semana. Para não repetir os nós na saída de veículos e pessoas, também aumentou o efetivo de agentes de trânsito para 560 – não informou o total de sábado, 19. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.