Fragmento do meu discurso de candidato à Presidência da República em 2018:

“…por isso, amado povo brasileiro, para acabar com essa escória que está aí, decidi me candidatar.
Vamos virar esse País de cabeça para baixo já que passar a limpo não funcionou.
Ninguém sabe o que fazer para mudar esta desgraça que nossa política se transformou.
Ou melhor, “ninguém” é exagero.
Porque eu sei!
Sei exatamente o que deve ser feito.
Trata-se de um plano radical, inédito na história.
Mas problemas que nunca existiram exigem soluções inovadoras!
São medidas que despertarão o gigante adormecido a chutes e pontapés.
Inclusive pedi a um prefeito amigo, pródigo em dar nomes a projetos, que criasse um para esse plano e ele não me decepcionou:
Apresento a vocês, compatriotas, o ‘Plano Brasil Millenium’ que vou colocar em prática se for eleito…”

Nesse momento, apresento o logotipo e um vídeo conceitual do plano.
Continuo:

“Inicialmente, os três Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) que conhecemos e aprendemos a não confiar, serão rebatizados de “Antigo governo” e continuarão funcionando por seis meses enquanto a gente põe a casa em ordem.
Nesse período um comitê de notáveis escolhidos por mim e presidido pelo Tite que é unanimemente conhecido por reverter crises, comporão uma “Junta de transição”. Essa Junta vai implementar as mudanças que eu decidi sozinho que é para não ter confusão:
São Paulo será a nova capital federal.
Não é bairrismo.
É apenas porque trata-se da cidade mais populosa do país, assim, se os novos políticos pisarem na bola tem mais gente para fechar o tempo.
A praça dos três poderes será no recém criado Principado da Avenida Paulista, que será tipo um Vaticano.
Político roubou? A multidão pega ele na saída. De turma.
Serão diluídos todos os partidos políticos e criados dois novos.
O “Poder” e o “Oposição”, já que partido político no Brasil não tem ideologia mesmo.
Esses partidos mudarão de nome de acordo com o presidente eleito (depois que eu morrer, porque meu cargo será vitalício, esqueci de dizer).
Para se filiar a um dos partidos o cidadão tem que ter ficha
(e cara) limpa.
Não pode ter nem multa de trânsito.
Ah! E tem que passar no teste de concordância.
E no ENEM.
Assim, o Congresso terá todos os membros renovados.
Salário de político será um salário mínimo, vale-transporte e vale-refeição.
Apenas com essa economia de salários públicos já teremos saldo para um novo salário mínimo nacional, cujo valor será igual ao da Suíça que não sei qual é mas deve ser bom.
Corrupção, propina, caixa dois serão crimes hediondos inafiançáveis sujeitos a apedrejamento público aos moldes de países evoluídos como o Irã.
Essas mudanças ocorrerão num final de semana tipo o horário de verão…”
E por aí vai.
Se você não concorda com este meu plano, eu entendo.
Pode ser um choque já que são mudanças polêmicas, concordo.
Mas não desista ainda de votar em mim.
Tenho outros planos se não gostaram desse.
Tenho um ótimo, mais complexo, que envolve Portugal.
O que eu não posso é perder essa boquinha.

Vamos virar esse País de cabeça para baixo já que passar a limpo não funcionou.
Ninguém sabe o que fazer para mudar esta desgraça que nossa política se transformou