O general da reserva Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto e garantido no segundo turno da eleição para presidente, não perde a oportunidade de se calar. Cala a boca, Mourão! Foi o que a sociedade disse ao general e praticamente foi o mesmo teor do que lhe foi dito por Bolsonaro após a palestra do general num evento para empresários em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Nesse evento, Mourão disse que a legislação trabalhista brasileira tem “jabuticabas”, como o 13º salário. “Se os empresários arrecadam por 12 meses, por que têm que pagar por 13?”. Se isso não bastasse, o general de pijamas ainda criticou o adicional de férias. “O Brasil é o único lugar do mundo em que a pessoa recebe mais quando sai de férias”. Esse generalzinho só fala besteira quando abre a boca. E poderia ter prejudicado seu candidato. Por isso, Bolsonaro foi rápido e, por meio do twitter, desautorizou Mourão. Disse que ele estava ofendendo quem trabalha e confessava desconhecer a Constituição. O ex-capitão do Exército quebrou, assim, a hierarquia militar: mandou um general calar a boca. Tudo o que Bolsonaro não precisa agora é que seu vice destrua o caminho que ele construiu até aqui e que o leva ao segundo turno contra o petista Fernando Haddad. Pior é que Mourão só fala besteira quando abre a boca. Recentemente disse que família comandada por mulheres, mãe e avó, gera filhos com problemas e mão de obra fácil para o crime organizado. Ele já havia dito também que  o Brasil tem uma herança de intolerância que que da cultura indígena e a malandragem que vem do africano. Disse outras asneiras também, como a que pregava a intervenção militar caso a Justiça não afastasse os políticos corruptos. Realmente, esse general é hoje um dos maiores inimigos de Bolsonaro para vencer no segundo turno. Por que não te calas Mourão?