O jornal Folha de S. Paulo apurou que dezenas de funcionários da Caixa Econômica Federal estão sendo subaproveitados ou colocados em agências após alcançarem o topo da carreira, inclusive com funções semelhantes às de empregados que acabaram de ingressar na empresa.

O Ministério Público do Trabalho, segundo a publicação, está investigando o caso. A Caixa relevou, ao órgão, que só em Brasília são 123 funcionários transferidos da matriz para agências bancárias entre o fim de 2020 e o começo de 2021, mas o número é contestado por entidades sindicais que representam os bancários.

Alguns funcionários ouvidos pela Folha declararam ser alvo de retaliações por terem ocupado altos cargos durante governos do PT ou por não concordarem com atos do ex-presidente Pedro Guimarães, que deixou o cargo no mês passado após acusações de assédio sexual.

Entre os casos revelados pelo jornal está o de um funcionário da Caixa há mais de 30 anos, que chegou a ser diretor-executivo da empresa, mas hoje atua no atendimento ao público em uma agência bancária e segue recebendo cerca de R$ 38 mil por mês. Mesmo sem se identificar, ele declara que suas funções são típicas de alguém que está começando a carreira que não justifica o alto salário.

Em nota, a Caixa afirma que “realiza a movimentação interna de seus empregados conforme a legislação em vigor e observando as necessidades estratégicas do banco” e que existem investigações internas em andamento que estão apurando as denúncias.