O conflito de interesses entre patrocinadores não será mais um entrave no revezamento da tocha olímpica, que começou na segunda e percorrerá 327 cidades em 95 dias. Os atletas patrocinados pela Caixa Econômica Federal, entre eles o ginasta Arthur Zanetti, foram liberados a fazer parte do grupo de 12 mil condutores do símbolo olímpico.

Ainda que a ação esteja ligada ao concorrente Bradesco, o banco estatal considera que o “revezamento da tocha faz parte do ‘Movimento Olímpico’, que abrange organizações, atletas e outras pessoas que concordam em ser guiados pela Carta Olímpica, submetendo-se às regras expedidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)”.

Dessa forma, a Caixa decidiu que “não se aplicam as restrições que ordinariamente regulam a participação de atletas patrocinados pela Caixa em eventos patrocinados por empresas concorrentes, não caracterizando, portanto, descumprimento contratual”.

O banco estatal apoia as Confederações Brasileiras de Atletismo (CBAt), Ciclismo (CBC), Ginástica (CBG) e Lutas Associadas (CBLA), além do Comitê Paralímpico Brasileiro (CBP). Normalmente, o contrato firmado com as federações impede a divulgação de uma empresa do mesmo segmento.

Até a emissão desse comunicado, a Caixa havia adotado uma postura cautelosa e iria analisar as solicitações caso a caso. Assim, a participação de Arthur Zanetti no revezamento estava incerta. A preocupação era com o item 13 do Termo de Revezamento, que autoriza o Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, o Comitê Olímpico Internacional e os patrocinadores a utilizarem a imagem dos atletas “de forma perpétua”. Além disso, os direitos de voz e fotografia dos participantes são cedidos para fins comerciais ou não aos envolvidos na organização.

A assessoria da CBG informou que um comunicado com a liberação da Caixa foi enviado aos ginastas na segunda-feira. O advogado do atleta, Marcel Camilo, disse à reportagem do Estadão.com que obteve o aval do patrocinador apenas nesta quarta, às 16h32.

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O campeão olímpico nas argolas recebeu diversos convites para carregar a chama olímpica, um deles foi feito pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), para São Caetano do Sul (SP). Zanetti agora vai estudar as possibilidades e não tem pressa para se posicionar. A previsão é que a tocha olímpica chegue à cidade paulista no dia 23 de julho.

“O COB privilegiou todos os atletas medalhistas olímpicos em sua relação de condutores da tocha. A decisão de conduzir a tocha cabe ao atleta”, explica o COB.

O ginasta Ângelo Assumpção, integrante da seleção brasileira, viveu a experiência de guiar a chama olímpica em Brasília. O atleta fez parte do grupo dos dez primeiros condutores da tocha. Ele não foi o único patrocinado pela Caixa que já teve a honra de ir às ruas. Alan Fonteles abriu a participação dos atletas paralímpicos no dia da chegada da chama.

Com a liberação dos atletas patrocinados pelo banco, novos nomes devem encorpar a lista de participantes do revezamento até a chegada da tocha ao Maracanã, no dia 5 de agosto, para o acendimento da pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.


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