Tomaz Silva/Agência Brasil)

Caixa Cultural inaugura exposição Dorminhocos com fotos inéditas de Pierre Verger. São 145 imagensTomaz Silva/Agência Brasil

O antropólogo e fotógrafo Pierre Verger (1902-1996), francês naturalizado brasileiro, viveu em Salvador nos últimos 50 anos de vida. Antes disso, porém, ele rodou o mundo, com uma câmera na mão, registrando com seu olhar antropológico temas pouco comuns.

Uma parte desse ponto de vista característico de Verger está na mostra Dorminhocos, que a Caixa Cultural Rio inaugura na tarde de hoje (20). São 145 imagens, quase todas inéditas, produzidas entre as décadas de 1930 e 1950, em vários países, como Argentina, Peru, Congo, China, Polinésia Francesa, Guatemala e México, que retratam o modo como as pessoas descansavam em lugares públicos. No Brasil, Verger fotografou os dorminhocos na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão.

As fotos reunidas na exposição fazem parte do acervo da Fundação Pierre Verger, em Salvador. Geralmente banhados pela luz solar, são imagens de trabalhadores anônimos e fatigados pela recente rotina modernizadora estabelecida pelos processos de expansão industrial e urbana, segundo os organizadores.

“Verger deu o título em francês para algumas fotos de dormeur que em português seria dorminhoco. Resolvemos chamar a exposição com o próprio nome que o Verger batizou as fotos”, disse o curador Raphael Fonseca. “É interessante perceber que há um lugar para o ócio, para o tempo morto, que a gente perdeu de certa maneira.”

Para os organizadores, Dorminhocos é uma oportunidade para o público conhecer outro aspecto da obra de Verger, conhecido por suas pesquisas sobre as religiões afro-brasileiras.