A privatização da Caixa, Banco do Brasil e Petrobras não está no escopo do atual mandato do governo de Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira, 18, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, em evento do BTG Pactual. “Vamos fazer as privatizações pelas bordas. Talvez no próximo governo”, citou.

Mattar afirmou que a população brasileira hoje está menos resistente às privatizações, a despeito de algumas greves, como a da Petrobras, com os funcionários se colocando contra elas.

No ano passado as desestatizações e privatizações ocorreram em ritmo mais lento do que o desejado pelo governo porque havia um foco na reforma na previdência, comentou. Como grande parte das privatizações precisam de aval do Congresso, o governo decidiu não queimar capital político. Mesmo assim, disse, o governo superou em 2019 a metade de vender R$ 80 bilhões em ativos e finalizou o ano em R$ 105 bilhões.

Para este ano a meta é de chegar em R$ 150 bilhões e já foram vendidos R$ 29 bilhões. Desse montante, R$ 22 bilhões vieram da venda de ações da Petrobras da carteira de renda variável do BNDES. “Estamos muito animados com o que podemos entregar”, disse, em evento do BTG Pactual no período da manhã.

Mattar afirmou que o Congresso está “altamente receptivo às propostas do governo”. Disse ainda que o projeto de saneamento está caminhando muito bem, mesmo com a resistência de alguns Estados.

Para algumas privatizações, contudo, o processo pode ser mais lento, como nos Correios, que precisa de uma mudança na Lei. “A privatização vai acontecer, mas talvez não na velocidade que gostaríamos”, disse.

Na fila para serem vendida, a previsão é de que a Emgea seja privatizada em julho e a Agência Brasileira de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) em setembro.

Enel

Mattar afirmou que a Enel, que vive uma batalha em Goiás depois de comprar a Celg D, “vem fazendo a sua lição de casa”. Sua expectativa é, ainda, que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, “deve ser mais ponderado em relação à Enel”.

O secretário disse, ainda, que a Enel foi a única interessada no leilão da Celg, a distribuidora de Goiás, que segundo ele, “tinha péssimos serviços” e não conseguiu atrair mais interessados.