Rio –  O Rio recebeu um investimento de R$ 2,1 milhões para a segunda etapa do projeto de revitalização do Cais do Valongo, na Zona Portuária da cidade. O projeto foi lançado nesta terça-feira pela State Grid Brazil Holding (SGBH), realizadora dessa fase da revitalização do sítio histórico.
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, o recurso será usado para melhorias em infraestrutura como sinalização, iluminação cênica, instalação de totens e câmeras de segurança, além da construção de um guarda-corpo.
O secretário municipal de Cultura Adolfo Konder destacou a importância do espaço para a população e ressaltou a necessidade da história ser contada nas escolas.
“Estava pensando na responsabilidade que é ser secretário municipal de Cultura do Rio neste momento, quando vemos esse sítio arqueológico, que bem fez a Unesco de eleger Patrimônio Mundial da Humanidade, entrar nesta importante etapa de revitalização. É um lugar por onde passaram os ancestrais que formaram o nosso povo e uma grande parcela da nossa cultura brasileira. É preciso que a população conheça essa história. Podemos convidar todas as escolas da Zona Portuária para participar dos próximos eventos aqui. E que a história do Cais do Valongo seja contada nas salas de aula e seja reconhecida por toda população”, afirma Konder.

O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) será o responsável pela gestão do projeto num trabalho supervisionado pelo IPHAN, com o apoio da Prefeitura do Rio através da Secretaria Municipal de Cultura, da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). As ações estão previstas para durar 12 meses.

“Estamos orgulhosos de investirmos nas melhorias que serão feitas e de contribuir nesse projeto fundamental para a preservação de uma parte fundamental da história brasileira”, declarou o diretor de Meio Ambiente, Fundiário, Saúde e Segurança da SGBH, Anselmo Leal.

O Cais do Valongo foi escolhido em 2017 como Patrimônio Mundial da Unesco por ser o único vestígio material do desembarque de cerca de um milhão de africanos escravizados nas Américas.

Em novembro de 2018, o Cais do Valongo recebeu um aporte financeiro de US$ 500 mil (cerca de R$ 2 milhões). O recurso foi proveniente da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, com financiamento do Fundo dos Embaixadores dos EUA para Preservação Cultural.

A gestão do recurso para a obra está sendo feita pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). A obra dessa primeira fase, que começou em fevereiro de 2019, está fazendo a consolidação do Cais do Valongo, tornando o sítio estável e seguro. Dentre as ações realizadas estão a recolocação e fixação de placas soltas.

HISTÓRIA DO CAIS DO VALONGO

O sítio arqueológico, descoberto em 2011, durante as obras de revitalização da Zona Portuária, é hoje parte da área da cidade conhecida como Pequena África. O trabalho de conservação do local é o cumprimento de parte do compromisso assumido pela atual gestão quando da escolha como Patrimônio Mundial da Unesco, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a educação, a ciência e a cultura. O objetivo é que as ruínas funcionem como um museu a céu aberto.