No ciclo de cinco anos entre os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e a edição realizada em Tóquio, Caio Souza colocou seu nome entre os melhores e mais completos ginastas do mundo. Nos últimos três Mundiais da modalidade, o brasileiro terminou como o 13º colocado no individual geral e, na Olimpíada do Japão, competindo com uma lesão no pé, foi o 17º. Para o atleta, os feitos nas maiores competições e o salto de qualidade recente está diretamente ligado a algo feito fora dos treinos de força.

“Hoje, a minha cabeça é muito mais forte que o meu corpo. Sem sombras de dúvidas, foi isso que mudou. Depois de 2016, em que estive na seleção, mas acabei fora da Olimpíada, entendi que precisava mudar isso. Precisava preparar minha mente de forma diferente para deixar de ser visto como um atleta que disputava uma vaga e passasse a ser um ginasta essencial para a seleção. Dessa forma, eu mudei e comecei a ter os resultados”, afirmou.

E o crescimento nos resultados apareceu em diversos âmbitos. No Campeonato Brasileiro, Caio Souza ficou com o título em mais de uma oportunidade nos últimos anos e se confirmou como o mais completo atleta da modalidade no Brasil. Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, ele entrou para a história. Com uma competição quase perfeita, o atleta ficou com a medalha de ouro e se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o título continental na disputa do individual geral.

“Acho que eu consegui passar a dar a mesma importância para todas as competições. Lembro que em 2014 e 2015, quando fui para o Mundial pela primeira vez na carreira, acabei ficando maravilhado com a estrutura e a competição e não consegui competir. Depois de 2016, comecei a fazer um trabalho com meu psicólogo e, dando a devida relevância para cada campeonato, consigo entender todos como parte do processo para o resultado final.”

O SALTO PARA AS FINAIS

Com essa nova mentalidade, Caio Souza também conseguiu dar um salto em resultados a nível internacional. Nos Mundiais de 2017, 2019 e 2021, ele se classificou para a final do individual geral e ficou com o 13º lugar nas três edições. A colocação é a melhor de um brasileiro na história da competição em uma disputa desta categoria. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o brasileiro acabou sofrendo uma lesão no pé e terminou com a 17ª posição no individual geral, o terceiro melhor resultado do País em uma Olimpíada.

Com a sequência de bons resultados nos últimos anos e a mente cada vez mais forte, Caio Souza busca usar a experiência adquirida na carreira para alcançar feitos ainda maiores. “São mais de 25 anos de ginástica já e eu sigo buscando a medalha olímpica. Sei que neste último ciclo olímpico, consegui me colocar entre os melhores do mundo. Agora, com a cabeça mais preparada e com a estrutura que uso no Minas Tênis Clube e na seleção brasileira, busco mais e mais”, disse.