Aproveitando o acerto de contas do passado de seu personagem na peça “Memórias do Vinho” – em cartaz no Teatro Renaissance, em São Paulo, de 5 a 27 de julho -, Caio Blat revirou o baú de memórias da sua vida e recordou do momento em que decidiu romper relações com seus pais.
O ator e diretor não conteve a emoção e chorou ao falar no quadro “IstoÉ Gente como a Gente” — projeto do site IstoÉ Gente, que aborda o lado pessoal e espontâneo de personalidades brasileiras —, desta semana, o que faria de diferente em sua vida se pudesse.
Em um bate-papo profundo e esclarecedor, o artista também comentou sobre a culpa da paternidade, o afastamento que teve do filho mais velho, as repercussões em torno de suas cenas de nudez, e o porquê de não querer mais expor a vida pessoal.
Ele ainda fez um paralelo da sua vida com a do personagem da peça, que protagoniza ao lado de Herson Capri.
“Eu já briguei com os meus pais, foram anos muito difíceis, eu era muito novo, tinha vinte e poucos anos, estava por aí trabalhando, viajando. Foi muito doloroso até a gente conseguir se reconciliar. Então, acho que todo mundo tem uma história parecida, essa peça emociona muito as pessoas porque todo mundo tem uma história assim na família”, declarou.
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Confira a entrevista a seguir:
IstoÉ Gente: Como foi o convite para fazer “Memórias do Vinho” no teatro?
Caio Blat: Eu fui convidado pela Jandira Martini, que é a autora do texto, junto com o Maurício Guilherme, para a gente ler esse texto, que ela tinha acabado de escrever.
Ela escreveu esse texto há uns anos atrás, e a gente marcou uma leitura para ouvir pela primeira vez, para experimentar no auditório da Vivo, com direção do Elias Andreato, e foi muito comovente. Nós lemos o texto, tinha uma plateia, tinha um público convidado, foi muito gostoso. A Jandira estava lá, presente, na primeira fila, e a gente ficou com muita vontade de montar esse texto um dia.
Ficou esse desejo, mas aí veio a pandemia, veio uma demora, e a Jandira adoeceu, ela estava enfrentando uma doença, e ela veio a falecer, há uns dois anos atrás. Quando a Jandira faleceu, eu conversei com o Roberto Monteiro, com o Fernando Cardoso, que são os produtores da peça, e falei que agora a gente tem a obrigação de montar essa peça como uma homenagem à Jandira, porque ela deixou uma relíquia para a gente, ela deixou uma herança, deixou um texto inédito na nossa mão, e acho que agora a gente tem quase obrigação. A Jandira foi uma grande referência para mim, quando comecei a carreira.
Minha primeira novela, “Éramos Seis”, no SBT, em 1994, anos atrás, e ela estava lá junto com o Marcos Caruso, junto com a Irene Ravache, então foram minhas referências quando entrei nessa profissão. Então falei que nós temos agora a obrigação de homenagear a Jandira e montar esse texto. E aí, dois anos atrás, eu estava terminando de gravar a novela Beleza Fatal, que eu contracenava com o Herson Capri, como pai e filho, nós tínhamos uma relação bem conturbada de pai e filho, e quando o Roberto Monteiro me avisou que tinha conseguido o patrocínio, exatamente com a Vivo, no Teatro Vivo, e com quem eu gostaria de fazer a peça, eu falei, poxa, eu quero fazer com o Herson, porque a gente está gravando juntos há sete meses, temos uma relação deliciosa, uma parceria muito agradável.
Mostrei o texto para o Herson, ele adorou, se emocionou, falou: ‘Cara, vamos embora, vamos seguir juntos’. Então, a gente ficou sete meses fazendo “Beleza Fatal”, já emendamos com os ensaios e com a temporada de “Memórias do Vinho”.
Do que se trata a peça?
CB: A peça conta sobre o reencontro de um pai e um filho que estão rompidos, têm relações rompidas, já tem seis anos que eles não se encontram, esse filho, que é o meu personagem, está morando na Austrália, do outro lado do mundo, os dois estão num momento de crise na vida, ele com 80 anos está se sentindo muito sozinho, está sem dinheiro, morando numa casa de repouso, e esse filho, que já tem 40 e tantos anos, está do outro lado do mundo, na Austrália, acabou de se separar e também está num momento de crise pessoal.
Então eles estão precisando reorganizar a vida, recomeçar a vida, um já velhinho, outro numa crise de meia-idade, e aí ele volta lá da Austrália para eles terem um acerto, um reencontro, um reacerto de contas, saber o que aconteceu com a história da família, era uma família que era muito rica e que de repente perdeu tudo. Então é nesse reencontro, e esse reencontro é combinado num lugar que é muito simbólico, que é a adega da família. Esse pai era apaixonado por vinhos, tinha uma coleção de vinhos raros, de vinhos antigos, era a grande paixão da vida dele, essa adega.
Então o filho decide fazer uma conversa com esse pai na adega da família para eles acertarem as contas. E é um encontro muito emocionante, muitas histórias da família vêm à tona, muitas revelações, e tem um final que eu acho de arrepiar, emocionante, que foi o que me deu mais vontade de fazer essa peça.
A peça trata de vinhos e memórias difíceis de degustar. Você tem alguma memória difícil de degustar também?
CB: Tenho, tenho algumas, inclusive eu já briguei com os meus pais, já fiquei sem falar com o meu pai, foram anos muito difíceis, eu era muito novo, tinha vinte e poucos anos, estava por aí trabalhando, viajando, briguei com os meus pais, foi muito doloroso até a gente conseguir se reconciliar, fazer as pazes novamente, então acho que todo mundo tem uma história parecida, essa peça emociona muito as pessoas porque todo mundo tem uma história assim na família, ou uma briga com o pai, ou com o avô, com o tio, inclusive a política nos últimos anos separou muitas famílias, e tem esse tema também na peça, a política acaba entrando como mais um fator aí que afasta os dois, todo mundo acaba se identificando com essa reconciliação de pai e filho.
Relações são muito difíceis, né?
CB: Muito difícil isso, e famílias, né, famílias a gente não escolhe, são sempre relações complexas, a gente não tem como se afastar, o seu pai vai ser seu pai pra sempre, sua mãe vai ser sua mãe pra sempre, e tem uma coisa muito bonita na peça que ele descobre nessa adega que existe um diário dos vinhos, parece que muitos colecionadores de vinhos fazem isso, eles têm um diário onde eles colam o rótulo do vinho que eles abriram e dizem qual foi a ocasião, quando que foi que tomaram aquele vinho, quem estava presente, qual foi a situação, qual era a celebração, então eles, esse filho descobre que esse pai tinha esse diário, e aí ele vai voltando e descobrindo várias histórias da família que ele desconhecia sobre a mãe dele que já está falecida, então é muito emocionante quando esse diário vem à tona e inclusive revelações e surpresas bombásticas que estavam ali guardadas no diário, nessa uma hora tem a mágoa, o reencontro, tem memórias deliciosas que eles começam a lembrar e vão se reaproximando, tem surpresas, e tem esse grande final que eu não vou contar nada a respeito.
Como foi o reencontro com os seus pais depois que ficou esse período sem falar com eles?
CB: Não, sempre, a gente sempre estava tentando retomar, tentando voltar, então quando a gente conseguiu se reconciliar e voltar a viver juntos foi muito importante e aprendemos muito, aprendemos muito, e hoje vivemos muito próximos, tenho muito carinho, tenho uma família muito linda, tenho irmãs que eu adoro, duas irmãs, a Camila e a Fernanda, que são maravilhosas, a gente tem uma família muito unida, eu tenho uma avó que ficou famosa porque ela me mandou um áudio reclamando que eu estava com uma barba muito grande na pandemia e ela viralizou com esse áudio dizendo que eu estava horrível, que ela estava com vergonha de ter visto uma foto minha na revista, e a minha avó, a gente foi no Serginho Groisman, a gente foi em todo lugar, ela viralizou com esse áudio e o grupo da família se chama Janetona e ali todo dia a gente fala sobre tudo que está acontecendo, fica sabendo como é que ela está.
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As redes sociais podem ser invasivas, mas às vezes, elas unem as pessoas, né?
CB: Cara, eu adoro redes sociais, eu tenho uma relação muito tranquila, eu não tenho uma coisa institucional, profissional, a minha rede social sou eu mesmo que faço, de uma maneira muito espontânea, não tem layout, não tem equipe, não tem assessoria, minha vida pessoal, coisas que eu gosto, coisas que eu vejo, memes, adoro botar memes, muita coisa de política que eu gosto muito, de falar sobre situações da política, questões da nossa profissão, por exemplo, agora a gente está lutando pela regulamentação do streaming, a gente está lutando pela lei dos direitos conexos, que a gente não tem no Brasil, que as pessoas não sabem, por exemplo, que filmes e séries antigas que a gente fez, agora estão disponíveis no streaming e os atores não recebem nada, cada vez que isso é, tem assinante, está sendo cobrado, e os atores não recebem nada por essa reprise das suas imagens, então eu uso minha rede social também como uma forma de luta política e muita besteira também, muito meme, muito passeio.
Mas você não expõe muito a sua vida pessoal…
CB: Eu acho que eu já expus bastante minha vida pessoal, até me arrependo um pouco, relacionamentos e opiniões sobre vida pessoal, eu acho que eu já expus mais, mas hoje em dia eu busco ser mais discreto, realmente, eu acho que não diz respeito a ninguém, na verdade.
Mas sendo uma figura pública desperta curiosidade…
CB: Sim, desperta, mas eu acho que a gente tem que saber lidar. Eu, como a gente falou, eu comecei na televisão com 9, 10 anos de idade, fiquei muito famoso no SBT com 14 anos de idade, fazendo “Éramos Seis”, então o tempo todo eu lido com essa exposição, desde criança já lidei com super exposição, então eu acho que isso é uma coisa que faz parte da carreira do ator, o público tem interesse, quer saber, tem curiosidade, acaba, às vezes, sendo um pouquinho invasivo e você também tem que ter uma serenidade pra conseguir lidar com isso, saber que isso faz parte da profissão, que ao mesmo tempo que o público se interessa pela sua vida pessoal, ele se interessa também pelos seus projetos pessoais, então o sucesso na televisão me trouxe um público no teatro, nos projetos que eu gosto de fazer no teatro. Memórias do Vinho teve duas temporadas completamente lotadas, entende? Eu dirigi uma peça que foi um sonho de muitos anos o ano passado, que é uma peça sobre o romance Os Irmãos Karamazov, de Dostoiévski que é o meu autor favorito da minha vida, Dostoiévski e foi um projeto que eu levei 20 anos pra conseguir realizar e também a temporada inteira no Rio de Janeiro lotada temporada inteira em São Paulo lotada então o sucesso que a gente, o público que a gente conquista, o prestígio que a gente conquista com a exposição na televisão e na mídia, acaba também se interessando pelos nossos projetos pessoais isso é muito legal.
A exposição é um preço que você paga?
CB: É um preço, toda profissão tem o seu preço. O meu pai é médico e ele fazia plantão três vezes por semana, ficava 24 horas numa UTI e eu em casa três vezes por semana, meu pai não estava. Toda profissão tem seu preço, imagina você ter um pai policial imagina você ter um pai político então assim, toda profissão tem seu preço, eu acho que quem entra na vida pública tem que saber que vai lidar com isso.
E em relação à sua vida amorosa, falar sobre isso publicamente te incomoda?
CB: Hoje em dia me incomodo hoje em dia eu prefiro me reservar porque não desrespeito a ninguém e porque envolve outras pessoas que eu não quero expor e não tem nada a ver com isso e também porque eu acho que a super exposição não faz bem ao ator, porque a gente quer vender personagem, eu quero que acreditem nos meus personagens. É delicado quando você vai ver um filme que tem por exemplo uma temática social e aí você olha o ator e você sabe tudo da vida dele você sabe como é a casa dele, a banheira, o que ele toma o café da manhã, como é a mulher dele então é legal que a gente não saiba tanto sobre o ator, até ajuda mais a acreditar e embarcar no personagem que ele está tentando vender.
Entenda a lei para pagamento de reprises a atores
CB: A gente tem um projeto de lei que está correndo no Congresso com relatoria da Jandira Feghali, e que está encontrando muita resistência porque a gente tem um congresso hoje muito difícil no Brasil, um congresso onde muitos deputados se elegeram exatamente com desinformação então eles não estão querendo regulamentar isso eles parecem que não entendem a importância e a urgência de regulamentar as redes, que isso está sendo feito no mundo inteiro, todos os países estão correndo para regulamentar isso, para impedir notícias falsas, para impedir golpes, para impedir disseminação de mentiras;
Então eu acho que é um tema muito importante muito urgente e eu acho que o nosso congresso está muito resistente ainda, então é preciso alertar, é preciso pressionar os artistas estão muito unidos todo o audiovisual está unido em torno desse tema, são grandes empresas internacionais que vieram para o Brasil, estão explorando o mercado brasileiro que é o segundo maior do mundo de assinaturas de streaming, eles faturam bilhões aqui no Brasil e eles não têm nenhuma lei, eles não têm nenhuma regra de quanto conteúdo brasileiro eles precisam fazer, o que a gente quer é que esses streamings gringos que faturam bilhões aqui no Brasil invistam em conteúdo brasileiro em séries brasileiras.
Em filmes brasileiros em séries originais como por exemplo eu fiz o “Beleza Fatal” com o Herson, foi um sucesso enorme então o brasileiro adora séries brasileiras adora novelas brasileiras filmes brasileiros, então a gente quer que pelo menos 12% do lucro dessas empresas seja reinvestido no Brasil e vai gerar lucro para eles mesmos, porque eles vão fazer séries brasileiras e vão agradar o público brasileiro e vão ter o retorno da mesma maneira, então é uma lei que faz bem ao nosso setor audiovisual é uma lei que faz bem para a nossa cultura porque o brasileiro não quer ligar o streaming e só ver coisa gringa a gente tem que ver a nossa identidade também regionalidade, a gente quer que essa verba vá para o fundo setorial do audiovisual, a maior parte dela, porque assim ela é distribuída para todas as regiões do país.
Então você vai ter produções com sotaque nordestino produções do norte do país do centro-oeste, do sul então é uma política de distribuição de regionalização, de democratização da cultura, fora uma outra lei, um projeto de lei que também está correndo em paralelo, que é isso que eu disse dos direitos conexos, para que os atores e cantores e músicos que quando tem, toda vez que um trabalho nosso é replicado, é reexibido que a gente receba ali um pouquinho isso seja distribuído para todos os atores você imagina, tem atores hoje que estão sem contrato, estão passando necessidade e ligam o computador, ligam o celular e veem que as séries deles estão sendo vendidas, e eles não recebem nada nós não temos no Brasil isso é uma coisa chocante, até quando as pessoas descobrem nós não temos uma lei sobre os direitos conexos no Brasil então as reexibições podem ser feitas infinitamente sem nenhuma remuneração para os artistas com a nossa imagem, com a nossa interpretação com a nossa voz, então é uma coisa chocante, as pessoas nem imaginam que a gente não recebe nada cada vez que a nossa imagem é exibida por um streaming.
O contexto Legislativo
CB: O artista, ele é muito perigoso, porque ele está sempre buscando a verdade, ele está sempre alertando ele está sempre dando um tapa na cara sacudindo a realidade, criticando se você quer um governo obscurantista o artista e os professores são muito perigosos, os jornalistas são muito perigosos então existe uma desinformação gigantesca, a cultura por exemplo, só para a gente falar economicamente, isso já foi provado pela fundação Getúlio Vargas cada vez que você dá um real de subsídio para a cultura isso movimenta a economia e volta mais do que um real como imposto então é um retorno garantido porque quando você promove um evento cultural, ou um filme ou uma peça, as pessoas para irem no cinema, elas vão usar o carro, elas vão usar gasolina, elas vão pagar o estacionamento, elas depois vão jantar no shopping, elas vão comprar pipoca então isso movimenta toda a cultura, vão usar os hotéis então isso movimenta toda a cultura, você fomenta um evento cultural e você movimenta toda a economia daquele lugar, entendeu?
Hollywood sabe disso muito bem então todos os países desenvolvidos fomentam a sua cultura, fora que esse congresso, como você falou tem representantes de diversos setores que são subsidiados o agro é subsidiado todas as indústrias são subsidiadas o petróleo é subsidiado então subsidiar a cultura é uma coisa que todos os países desenvolvidos fazem então é muita ignorância é muita desinformação tem deputados de extrema direita que dizem que você regulamentar o streaming é censura, claro que tem que ter censura você não pode ter falsa informação você não pode ter pornografia você não pode ter mentira, então tem que ser regulamentado.
Todos os países estão regulamentando esses 12% que a gente está lutando nessa campanha VOD 12 VOD é o Video On Demand a gente está pedindo 12% do lucro das empresas seja reinvestido no Brasil na França é 30% 25% na Espanha é 20% no projeto de lei está dizendo 6% a gente está lutando por 12% mas o projeto de lei que está no congresso pede 6% quer dizer, é o mínimo vocês vêm no Brasil, exploram a nossa economia fazem um lucro enorme que é remetido para fora uma parte mínima precisa ser investida aqui, todos os países defendem a sua cultura, defendem a sua indústria nacional defendem a sua identidade então é o mínimo, é o mínimo que a gente está pedindo.
O cinema brasileiro tem sido visto com outros olhos. O que pode ser feito para que isso perdure e a gente não morra na praia?
CB: Eu acho que é isso, a cultura além de ser um negócio um bom negócio, traz retorno a cultura, ela constrói a história do país, ela constrói a nossa identidade quando a gente vê um filme nosso sendo premiado no Oscar como foi esse ano, foi Copa do Mundo eu estava aqui no Copan aqui no centro de São Paulo era uma gritaria, parecia Copa do Mundo parecia gol do Brasil na final da Copa do Mundo é a alegria de você ver o seu país sendo reconhecido internacionalmente a gente vendo a Fernanda Torres sendo reconhecida internacionalmente a Fernanda Montenegro filmes nossos ganharam prêmio esse ano em Berlim ganharam prêmio em Cannes, então isso é a valorização da nossa identidade da nossa história do nosso sonho, da nossa maneira de sonhar ontem eu fiz uma live com a Laís Bodansky, que é uma grande cineasta e ela falou, o cinema brasileiro é um sonho coletivo são os brasileiros sonhando juntos com uma história que diz a respeito de nós, da nossa eu fiz filmes que contam a história desse país Marília, como Xingu que conta a história dos povos originários, Carandiru que conta a história de uma tragédia urbana que nós vivemos aqui fiz vários filmes sobre a periferia do Brasil então a gente está, a cultura, o cinema as novelas, as músicas elas são a nossa identidade elas são a nossa história, a nossa cultura ela precisa ser valorizada incentivada porque é importante para as próximas gerações é o que nos forma também, os jovens têm que ter acesso a histórias brasileiras.