Caiado diz que União Brasil vai discutir expulsão de Celso Sabino

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado Foto: Valter Camargo/Agência Brasil

O governado de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou neste domingo, 5, que o partido vai começar a discutir sobre a possível expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), da sigla “por reiterada infidelidade partidária”. De acordo com o político, após tratativas com o presidente do partido, Antonio Rueda, foi marcada uma reunião da executiva nacional do União Brasil para a próxima quarta-feira, 8.

“Na ocasião, também decidiremos a dissolução do diretório do Pará, com a consequente reestruturação do partido nos municípios daquele Estado, a fim de que o União Brasil seja comandando por quem realmente se posiciona contra o governo do PT e luta contra a venezuelização do nosso País”, escreveu Caiado.

No início do mês passado, a Federação União Progressista (que reúne o PP e o União Brasil) deu 30 dias para que Sabino deixasse o governo. O ministro chegou a anunciar seu pedido de demissão no último dia 26, no entanto, seguiu no cargo, inclusive declarando  “lealdade inabalável” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um evento em Belém (PA).

A fala foi recebida como um desafio direto à autoridade da cúpula partidária, que viu seu plano de rompimento coletivo não apenas ruir, mas ser publicamente descredibilizado por um dos membros de maior relevância.

O rompimento do União Brasil com o governo aconteceu após o líder da legenda ser incluído nas investigações da Polícia Federal sobre a Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos setores financeiro e de combustíveis.

COP30 e eleições de 2026 à vista

Enquanto o União Brasil enfrenta desgaste, para o Palácio do Planalto o cenário é duplamente vantajoso: Lula não apenas mantém um ministro leal, mas também assiste à neutralização de um partido que se articulava para engrossar a oposição. A permanência de Sabino reforça a postura governista de que é possível negociar apoios individuais, minando coesão dos blocos partidários.

Já a COP30 surge como principal capital político de Celso Sabino. Ao se colocar como peça-chave na organização do evento em uma região de conforto eleitoral, o ministro projeta destaque e eleva o custo de uma eventual demissão, tanto para o partido – que hesita em puni-lo – quanto para o próprio governo.

Um eventual prejuízo em relação às fraturas internas recai sobre o projeto de poder do União Brasil para as eleições de 2026. Ao se mostrar incapaz de executar uma decisão de base como o desembarque do governo, o partido compromete sua credibilidade como oposição consistente. A mensagem transmitida ao cenário político é a de um bloco fragmentado, cuja fidelidade é negociável individualmente.