O capitão do Brasil na conquista do pentacampeonato mundial, Cafu, descartou comparar o clima de favoritismo que vivia a seleção em 2006 com o sentimento que se vive hoje, às vésperas da Copa do Mundo e com jogadores e treinadores internacionais apontando a equipe como uma das principais candidatas a vencer o Mundial. Em entrevista ao Estado, o ex-lateral apontou que uma das principais evoluções da seleção brasileira foi a de construir um time menos dependente de Neymar.

“Otimismo é bom. Gera tranquilidade, gera confiança”, disse Cafu, que esteve neste sábado em campo para um jogo amistoso entre craques como Ronaldinho Gaúcho, Figo e Raul para arrecadar recursos para programas da ONU.

Ele estava no grupo que em 2006 chegou para a Copa da Alemanha como franco favorito, contando com astros como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano, Roberto Carlos e o próprio Cafu. Para muitos, mesmo internamente, o clima de favoritismo acabou prejudicando a preparação e a seleção acabou apresentando um futebol abaixo do esperado.

“Não há esse risco”, apontou Cafu, questionado sobre o impacto de uma repetição daquele clima. “O que tem de acontecer agora é levar esse otimismo para dentro de campo”, recomenda Cafu. “Há muito tempo não temos uma seleção com a parte motivacional como temos. Estão sendo muito bem treinados”, disse o ex-lateral. “São jogadores jovens, mas todos com experiência internacional. Alguns já com Copa e isso facilita o trabalho”, acrescentou.

Outro avanço destacado por Cafu é o Brasil ter hoje uma seleção “sólida”. “Antes, éramos dependentes do Neymar”, constatou. “Continuamos com ele como a peça central. Ele é um dos melhores do mundo e o melhor do Brasil. Mas hoje temos um conjunto que pode suportar e que pode dar apoio ao Neymar. Era isso que precisávamos para tirar o peso das costas dele”, disse o ex-lateral do São Paulo e da Roma.

Beletti, que também esteve em Genebra para a partida amistosa, acredita que não há motivo para pessimismo com a seleção. “Quem está pensando de forma pessimista está errado”, disse. “Há dois anos, sim. Tínhamos problemas de confiança, de esquema de jogo, de controle, de resultados, de jogo. Mas a chegada de Tite mudou a mentalidade, o sistema de jogo, algo mais concreto e treinado. e isso deu confiança ao time dentro de campo e os jogadores sabem o que fazer dentro de campo”, afirmou.

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Sobre o papel de Neymar, o ex-lateral do Barcelona acredita que Neymar desembarcará na Copa da Rússia com uma “vontade extra” diante do que lhe ocorreu em 2014, no Mundial no Brasil. “Ele virá especialmente motivado”, disse.


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