Uma variedade de café cultivado por agricultores que abandonaram o plantio ilícito de folhas de coca será servido aos chefes de Estado durante os Jogos Olímpicos de Paris, anunciou nesta quinta-feira (25) o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

“A empresa francesa Malongo tem contrato para servir café aos chefes de Estado nas Olimpíadas. Servirá a nossa linha de café gourmet”, disse o presidente na rede social X.

“Este é um café alternativo de antigas famílias cocaleiras”, acrescentou Petro, que está em Paris e publicou uma foto de vários potes do grão, decorados com beija-flores e borboletas.

O café Malongo vem de Cauca (sudoeste), uma das regiões mais atingidas pelo conflito armado colombiano e onde abundam as plantações de coca.

Neste momento, a região é o epicentro dos combates entre militares e guerrilheiros dissidentes do pacto de paz que desarmou a guerrilha das Farc em 2017.

“Há cafés que são cultivados por vítimas, ex-combatentes (em) regiões devastadas pelo conflito armado e vamos abrir um mercado aqui”, explicou o embaixador da Colômbia na França, Alfonso Prada, na inauguração da “Casa Colômbia”, que será a embaixada esportiva do país durante os Jogos.

Prada descreveu a iniciativa como uma “diplomacia do café”.

Há vários anos a Colômbia, o maior produtor de cocaína do mundo, tem promovido iniciativas para incentivar os agricultores a abandonarem o cultivo de folhas de coca e substituírem-na por plantios legais. Os dissidentes das Farc controlam o negócio da cocaína e por vezes ameaçam e atacam aqueles que tentam outros ramos.

Segundo a representante da Colômbia na ONU, Laura Gil, o café provém de um projeto que “é financiado com o orçamento da Colômbia e do escritório das Nações Unidas para drogas e crime” e é comprado a preços maiores que os do mercado.

bur-jss/lv/ol/aa/mvv