Campeões de audiência da internet, os gatos ganharam um novo lugar de destaque na vida real: os Cat Cafés. Eles oferecem boa gastronomia e um espaço para interagir com os bichanos, que podem ou não ser adotados pelos frequentadores. Apesar de só agora ganhar força no País, a ideia não é nova. Vem da Ásia, onde muitos moradores não têm a possibilidade de abrigar animais de estimação devido ao tamanho reduzido dos apartamentos. Assim, acabam usando esses estabelecimentos como uma maneira de manter contato com os felinos. No Japão, os animais podem caminhar entre as mesas; aqui, por conta das normas da Vigilância Sanitária, é exigido um espaço exclusivo para eles circularem.

Enquanto os gatos tiram suas sonecas, comem petiscos e saltam em seus brinquedos verticais, os visitantes pagam por minuto para acompanhar isso de perto. É possível até pegá-los no colo – isso, claro, quando os gatos permitem. Recém-inaugurado, o Gatcha, em São Paulo, além do cafezinho, tem como especialidade o matcha, bebida gelada feita com base no chá verde. “Abri há dois meses e jamais imaginei que teria que organizar filas para entrar no restaurante”, explica Lucas Rosa, de 31 anos, que conheceu o modelo de negócio após frequentar um lugar parecido em Nova York. Localizado na Galeria Metrópole, no centro da cidade, o Gatcha cobra R$ 25 por meia-hora com os gatos, que ficam no segundo andar. No térreo não há cobrança de entrada.

Cafés que permitem interação com gatos se popularizam no País
ALÉM DA DIVERSÃO Gato Café, no Rio de Janeiro: cachorros também são bem-vindos (Crédito:Giovanna Molinaro)

O casal de estudantes Amanda Martins e Lucas Cotosck, ambos de 26 anos, visitaram o Gatcha após a indicação de um amigo. Donos de gatos, foram até o local por curiosidade. “Eu amo matcha e tenho quatro gatos, então acho que esse lugar tem a minha cara”, diz Amanda. “Tenho apenas uma gata e não quero adotar mais. Tenho medo de acabar preferindo um ao outro”, diz Lucas. O dono do Gatcha afirma que adoções responsáveis, feitas em parceria com a ONG Anjo Gabriel, são frequentes. “Fazemos tudo com muita seriedade. Não é possível sair com o animal já na primeira visita, há um processo a ser seguido. Fiquei muito feliz que conseguimos fazer a adoção de uma gata com nove anos de idade”, diz Lucas.

Os Cat Cafés também fazem sucesso no Rio de Janeiro: o Gato Café acaba de abrir a sua segunda unidade na cidade. “Fiz uma viagem ao Japão em 2018 e conheci um lugar incrível, mas o assunto não me interessou tanto na época porque lá os gatinhos eram de raça e não havia possibilidade de adoção. Voltando para o Brasil resolvi pesquisar mais sobre o tema e vi que no exterior alguns Cat Cafés faziam adoção”, explica Giovanna Molinaro, de 28 anos. Ela garante que “quem prefere cães” também é bem-vindo: “Amamos cachorros, tanto que nossas duas lojas têm áreas petfriendly. Em breve vamos lançar um espaço para ‘festas pet’, aqui não há rivalidade”. Outros estabelecimentos que acabam de abrir as portas são o Betina Cat Café, em Brasília, e o Gateria, na capital paulista.

Cafés que permitem interação com gatos se popularizam no País
PIONEIRO Café com Gato, em Sorocaba (SP), foi o primeiro do gênero no País (Crédito:Divulgação)

Apesar da fama recente, o primeiro Cat Café foi inaugurado no País há alguns anos, em 2014. Localizado em Sorocaba, no estado de São Paulo, o Café com Gato chegou a realizar uma festa junina para os felinos. “A maioria dos clientes vêm em razão dos gatos, mas muitos voltam por causa da comida”, diz a proprietária Fabiana Ribeiro.“É ótimo ver que os gatos estão dominando o mundo, e é melhor ainda ajudá-los nessa conquista.”