São Paulo, 25 – O potencial de produção de café de Vietnã e Brasil, além dos níveis de produção em outros grandes países produtores da América Latina, Ásia e África, pode elevar a oferta global do produto, o que limitaria a alta de preço dos futuros do grão no primeiro trimestre. A constatação é da consultoria INTL FCStone, em relatório trimestral de perspectiva, assinado por Alexis Rubinstein.

Os principais fundamentos para os contratos futuros de café no primeiro trimestre de 2019 são as visitas a campo no Brasil para estimar a produção de 2019/20 e o fluxo de exportações do Vietnã para 2018/19 (outubro/setembro). “O pensamento atual é que a safra brasileira 2019/20 seja cerca de 10% mais alta do que a safra baixa anterior de 2017/18”, estima a consultoria.

Com a maior parte da colheita vietnamita começando em meados de novembro, pode ser observada uma aceleração das exportações no primeiro trimestre pelo país, diz a consultoria. Além disso, as vendas do Vietnã tendem a ser mais altas antes das festividades do Tet, numa tentativa de lucrar antes da evento. Em 2019, o Tet ocorrerá na semana de 4 de fevereiro. “Tudo depende de quão favorável serão os preços para os vendedores antes das festividades”, informa a FCStone.

Com relação à macroeconomia, as moedas continuam em destaque, particularmente o desempenho do dólar e do real. “A perspectiva é de fortalecimento do real em relação ao dólar no primeiro trimestre”, considera a consultoria. No início do 1º trimestre, o real novamente se fortalece com a promessa do governo, que afirma que vai “consertar” a economia brasileira. Alguns analistas acreditam em força maior do real neste trimestre, diz a FCStone. Em 14 de janeiro, o real encontrava-se em R$ 3,69 ante o dólar, em comparação com R$ 3,88 no primeiro dia do ano.

Cacau

O relatório trimestral de perspectiva da INTL FCStone, divulgado nesta sexta-feira, mostra que nos próximos meses os preços do cacau serão determinados pelas condições gerais do balanço de oferta e demanda global, no qual influenciarão, de um lado, o progresso da colheita africana e o impacto do fenômeno climático do El Niño e, por outro, o comportamento da demanda pelo processamento de amêndoas, além do ritmo de crescimento da economia mundial.

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Atualmente, a relação estoque/uso do cacau projetada para a safra 2018/19 é de 38,5% – levemente superior ao observado na temporada 2017/18 – o que pode indicar uma tendência de retração dos preços em relação ao ano passado.

O início do trimestre marca o encerramento da colheita da safra principal nos principais países produtores e o início da fase de desenvolvimento dos frutos de cacau a serem colhidos na safra intermediária, a partir de abril. Nesse período, um dos principais drivers dos preços é o nível dos recebimentos na África Ocidental, região responsável por 76% da produção global. Segundo a FCStone, até o momento, as entregas nos portos marfinenses totalizam 1,241 milhão de toneladas – montante 17,2% superior ao verificado um ano antes, quando os recebimentos atingiam 1,059 milhão de toneladas na mesma data.

No que se refere à demanda, o processamento de cacau permaneceu aquecido no quarto trimestre de 2018. Impulsionado pelas elevadas margens processamento, o nível de esmagamento no último trimestre de 2018 cresceu 1,6% na Europa, 1,2% nos Estados Unidos e 6,3% na Ásia, informa a consultoria.


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