Apontado como lobista da Precisa, o advogado Marconny Albernaz é o depoente da vez na CPI da Covid. O que os senadores procuram entender é qual foi a participação de Marconny no caso Coxavin. No depoimento, o advogado fez troça com a cara de todo mundo: dos senadores, das famílias de quase 600 vítimas e dos demais brasileiros que ainda se dispõem a assistir, escandalizados, os absurdos revelados pelas sessões do colegiado.

Os parlamentares tiveram acesso a uma infinidade de mensagens trocadas entre o advogado e diversas outras pessoas, nas quais fala, entre tantas coisas, de encontros com a advogada da família Bolsonaro, Karina Kufa, e até da festa de inauguração do escritório de Jair Renan, o 04, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Está escrito.

Perguntado insistentemente pelos senadores sobre esses episódios na CPI, Marconny decidiu se calar. Ou, quando muito, tentou minimizar a gravidade de alguns diálogos obtidos pelos parlamentares, com argumentos para lá de absurdos. Evidentemente, ninguém se convenceu.

Ninguém mais está com paciência para tantas barbaridades. A revolta só aumenta, ainda mais ao se deparar com um depoente que diz que cuidava das relações políticas da Precisa, mas nega fazer lobby; que diz ter ido a Brasília para participar de protestos anticorrupção no passado e que, hoje, está atolado no lamaçal da criminalidade.

No frigir dos ovos, a situação continuará sempre a mesma: um presidente que montou um time de amigos para desviar dinheiro reservado para a compra de vacinas contra a Covid – doença que matou mais de 4 milhões de pessoas mundo afora. E mais curioso: um grupo com comportamentos muito semelhantes ao do capitão, que é bad boy nas redes sociais e que “no dia D e na hora H”, coloca o rabo entre as pernas.