A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 5, com 20 votos a favor e 2 contra, a indicação do economista Diogo Abry Guillen para o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central. A cadeira era ocupada por Fabio Kanczuk, que deixou o BC no fim de seu mandato, em dezembro, e já não participou das duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro e março.

Responsável por apresentar as recomendações sobre as diretrizes de política monetária e por propor a definição da meta para a taxa Selic, a ausência do diretor de Política Econômica no Copom enfraquece o debate, segundo especialistas.

A CAE também aprovou, por 22 votos a zero, o nome de Renato Dias Gomes para o cargo de diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, no lugar de João Manoel Pinho de Mello, que deixou o colegiado no início de fevereiro, após estender seu mandato, que terminaria em dezembro.

Os nomes agora passarão pelo crivo do plenário do Senado, provavelmente em sessão que deve ocorrer nesta quarta, 6, ou quinta-feira, 7.

Na leitura do seu parecer, o relator da indicação à diretoria de Política Econômica do BC, o senador Esperidião Amin (PP-SC), encaminhou a aprovação da indicação de Guillen, destacando sua trajetória profissional e conhecimento técnico.

Amin citou a relação do indicado ao BC com o banqueiro Fabio Colletti Barbosa, membro independente do conselho do Itaú Unibanco, e sogro de Guillen, que pesou à época do primeiro adiamento da sabatina, em dezembro. O senador afirmou que não há impedimento para exercício do cargo nesse nível de parentesco, apenas há necessidade de declaração, que foi cumprido por Guillen.

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Já em seu pronunciamento, o agora diretor do BC ressaltou as pesquisas sobre política monetária e a experiência na autoridade monetária da Bélgica e na distrital de Minneapolis do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) durante seu doutorado.

Além disso, Guillen destacou que o atingimento de inflação baixa, estável, e previsível é o objetivo principal do BC e indicou que as projeções da autoridade monetária mostram a inflação próxima meta no horizonte relevante. Diante disso, Guillen ainda defendeu que a meta de inflação atual parece apropriada e argumentou que a alteração da meta diante de choques afeta a convergência de expectativas, após críticas firmes da senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Da mesma forma, o relator da indicação de Renato Dias Gomes, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), ressaltou a trajetória acadêmica do economista e encaminhou a aprovação do seu nome à diretoria do BC. Na sabatina, Dias Gomes defendeu a continuação da agenda evolutiva da autarquia, com o Pix e o Open Finance, por exemplo, para aumentar a competição no sistema financeiro. Ele ainda afirmou que é importante ter regulação uniforme entre os participantes do mercado, proporcional ao risco, citando norma recente para atualizar as regras prudenciais das instituições de pagamento.


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