As famílias brasileiras voltaram a sacar recursos da caderneta de poupança em janeiro deste ano. Dados do Banco Central mostram que, no mês passado, os saques líquidos somaram R$ 12,356 bilhões. Foi o maior volume de saques em um único mês em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995.

Retiradas de recursos costumam ser comuns nos meses de janeiro. Isso porque muitas famílias apelam para o dinheiro da caderneta de poupança para fazer frente a diversas despesas de início de ano, como o pagamento do IPTU em muitas cidades e os gastos com matrícula e material escolar dos filhos.

Em janeiro, os depósitos brutos somaram R$ 216,987 bilhões, enquanto os saques brutos foram de R$ 229,344 bilhões. Assim, considerando a saída líquida de R$ 12,356 bilhões e o rendimento de R$ 2,506 bilhões visto no mês, o estoque total na caderneta de poupança atingiu R$ 835,615 bilhões no fim de janeiro.

Em todo o ano de 2019, a poupança havia registrado depósitos líquidos de R$ 13,327 bilhões. Em janeiro do ano passado, os saques líquidos haviam sido de R$ 11,232 bilhões.

Além da necessidade de recursos pelas famílias, o saldo da caderneta de poupança tem sido influenciado pelo interesse de uma parcela dos investidores por outras aplicações. Isso porque, com a queda da Selic (a taxa básica de juros), a remuneração da poupança também vem diminuindo.

Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 4,25% ao ano, no menor patamar da história.

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Esta regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).


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